Uma fila de veículos de 8 quilômetros de extensão no Anel Rodoviário de Belo Horizonte se alastrou travando o trânsito em avenidas importantes como a Nossa Senhora do Carmo, Via do Minério e Dom Pedro II. Mais um desafio à paciência de motoristas e passageiros, desta vez causado pelo tombamento de uma carreta carregada com baterias de automóveis, ocorrido por volta das 5h de ontem no sentido Vitória, altura do Bairro Madre Gertrudes, Região Noroeste, e que só foi resolvido às 10h. Nos últimos 30 dias, o Anel Rodoviário ficou congestionado pelo menos seis vezes devido a acidentes com veículos de carga como esse, em casos que revoltam usuários pela demora no acionamento de guinchos e socorro. Um alívio para essa situação, contudo, pode estar perto, já que na semana que vem representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) vêm a BH para colaborar com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) para a formulação de uma minuta do contrato para o plano emergencial de segurança no Anel Rodoviário.
O plano de emergência promete ampliar a segurança e a fluidez da via e vai custar R$ 100 milhões nos primeiros 12 meses e R$ 1,8 milhão para sua manutenção anual. A informação é do secretário de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop), Carlos Melles, que deve receber na próxima semana representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para finalizar a produção da minuta de contrato entre os governos federal e estadual. Em meio às notícias que circularam ontem de que o Dnit só voltaria a investir no ano que vem e em 2014, o secretário estadual disse não ter sido informado sobre isso e afirmou que as verbas para o Anel Rodoviário e a duplicação da BR-381, a Rodovia da Morte, estariam garantidas por seguirem programas especiais.
“A ampliação do Anel está sendo incluída no programa BR Legal, do governo federal. São R$ 4 bilhões em recursos do PAC 2 para a sinalização de vias no país para a Copa (do Mundo). A BR-381 entrou no Regime Diferenciado de Contratação, que permite iniciar uma obra em 70 dias, em vez de 140”, disse Meles. De acordo com o secretário, o Dnit vai arcar com 80% das verbas para o plano emergencial do Anel e o governo mineiro entrará com 20% do capital necessário.
Encomendado ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), o plano cria áreas de escape, baias para embarque de ônibus fora das pistas, praças para equipes de socorro, câmeras de vigilância em todo o trecho, faixas exclusivas para veículos de carga, posiciona reboques e policiamento 24 horas por dia. O orçamento, segundo a Setop, foi dividido em R$ 50 milhões para fazer obras e trazer os equipamentos necessários. Mais R$ 25 milhões seriam usados em reformas do pavimento, acostamentos de ônibus, desobstrução de trechos, demarcação de linhas de tráfego exclusivo e manutenção. Por fim, mais R$ 25 milhões são necessários para implantar e manter o sistema de manutenção, fiscalização e socorro 24h. A ideia é dar segurança e fluidez. “Vamos monitorar a via e dar solução rápida a acidentes e veículos enguiçados. Estamos estudando até a presença de um juizado, como ocorre em Brasília, para fazer a perícia e dar solução de imediato aos conflitos”, afirmou Melles.
O plano ainda não tem dia certo para ser lançado já que depende das adaptações da equipe do Dnit, mas a expectativa é de que possa começar ainda neste ano ou no início de 2013. A ampliação do Anel Rodoviário ainda não tem data para sair. O projeto executivo ainda está sendo licitado e custará R$ 17 milhões. O orçamento para a obra completa é de R$ 1,5 bilhão, a ser delegado ao estado. Já a BR-381 prevê empenho de R$ 3,8 bilhões e também se encontra em processo de licitação. O Dnit não se pronunciou sobre possível corte de verbas para obras em Minas.
Propostas para o anel
Proteção com fluidez
– Baias para embarque e desembarque de ônibus
– Áreas de escape para veículos com defeitos mecânicos ou acidentados
– Aumento do número de passarelas
– Reforma das passarelas existentes
Equipamentos previstos
– Telas para impedir a travessia de pedestres pelo asfalto
– Amortecedores de impacto nas barreiras sólidas
– Câmeras de monitoramento 360° em toda a extensão
da via
– Painéis móveis de mensagem sobre a situação do segmento
– Faixa exclusiva para veículos pesados
– Áreas estratégicas para veículos de fiscalização, guinchos leves e pesados ao longo do trecho
– Fiscalização eletrônica de faixas de circulação e de velocidade (diferenciadas para veículos leves e pesados) e placas.
– Áreas de escape Bairro Betânia em três pontos
– Serviço de atendimento integrado ao usuário com monitoramento 24 horas por dia
– Central de controle operacional (CCO) para coordenar os serviços de segurança na via (com atendimento telefônico gratuito, escritórios de análise de imagens das câmeras de monitoramento, controle dos painéis informativos, coordenação das equipes de bombeiros, Samu, policiais civis e militares
– Policiamento 24 horas por dia
(FONTE: PROPOSTA DO ESTADO PARA DNIT)