Sem ter para onde escoar com rapidez a água barrenta que descia do Santa Tereza e do Horto, em poucos minutos a Avenida Silviano Brandão, que fica na parte baixa, se transformou num córrego de águas turbulentas na direção do Ribeirão Arrudas e Avenida dos Andradas. Ambulantes que vendiam lanches precisaram entrar em bares e subir nos bancos de pontos de ônibus para não serem apanhados pela água. Os bancos de plástico, cones de sinalização de trânsito e cavaletes que estavam postados pela via acabaram arrastados e desceram avenida abaixo.
NO CANTEIRO CENTRAL Devido ao aumento do nível da água, que chegou a meio metro, vários motoristas preferiram não se arriscar na travessia e foram estacionando próximo ao canteiro central com seus pisca-alertas ligados. Dois ônibus e um caminhão tentaram prosseguir, mas desistiram, optando por retornar sobre o canteiro para não terem de enfrentar os pontos onde a correnteza era mais forte. Pega de surpresa, a ambulante Margarida Salomão, de 37 anos, disse que aquele ponto costuma alagar, mas que nunca tinha visto a água subir tão subitamente. “Foi rápido demais. Quase não deu para fechar o carrinho de salgados e procurar um lugar seco.
SHOW DEBAIXO D’ÁGUA
O DJ francês David Guetta, a principal atração do festival de música eletrônica de ontem na Arena Independência, se apresentou o tempo todo, das 20h até quase as 22h, debaixo de chuva. Mas o aguaceiro não diminuiu o ânimo da plateia que enfrentou o temporal com bom humor e se divertindo com o imprevisto. A chuva começou por volta das 18h30, quando estava no palco o DJ escocês Calvin Harris, e não parou mais. Foi a primeira apresentação musical na arena desde a sua inauguração, no início do ano.
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Até quando BH vai sofrer?
Álvaro Fraga
A cada nova temporada de chuvas a população de Belo Horizonte se prepara para o pior. Temporais como os de ontem à tarde, que causou a morte de um homem e prejuízos para um sem-número de pessoas, são comuns nesta época do ano, sempre com os mesmos resultados trágicos: destruição, caos e falta de perspectiva de uma solução para o problema. Há tempos este filme de terror se repete algumas vezes por ano, sem que as autoridades tomem as providências que os cidadãos esperam. As chuvas deste ano estão apenas começando, mas a paciência de quem sofre com elas já se esgotou. Está na hora de transformar promessas e projetos em obras.