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Estado de Minas

Assaltantes envolvidos na morte de atriz são indiciados por latrocínio

Polícia Civil confirma envolvimento de acusados de assalto e morte em casa do Bairro Santa Lúcia em pelo menos outras duas invasões e roubos na capital. Inquérito é entregue à Justiça


postado em 30/11/2012 04:02 / atualizado em 28/03/2013 13:31

A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou por latrocínio e roubo qualificado os acusados do assalto e assassinato da atriz Cecília Bizzoto, em 7 de outubro, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul da Capital. As mais de 600 páginas produzidas durante a investigação foram entregues ontem à Justiça. Os três já estão presos: são Gleisson Martins Horácio, de 28 anos, o Tiquin; Luiz Henrique da Silva Paulino, de 20, o Lulu; e Cleber Eduardo da Silva, de 22, apresentado ontem. Uma prova material importante no inquérito é a confirmação de que amostra de DNA de Gleisson foi encontrada na casa da atriz.


Segundo a polícia, os suspeitos têm participação confirmada em pelo menos outros dois crimes semelhantes, um no Bairro Cidade Jardim (Centro-Sul) e outro no Bairro Nova Granada (Oeste), alguns dias depois do assalto à casa da atriz.

A delegada Elenice Cristine Batista Ferreira, da Homicídios Sul, detalhou a ação dos acusados, que aproveitaram a oportunidade para agir. “Eles estavam em carro roubado e encontraram um carro entrando na garagem na Rua Saturno. Cleber permaneceu no Gol roubado fazendo algumas manobras, enquanto Gleisson e Luiz Henrique renderam as vítimas”, diz a delegada.

Logo depois, Cleber também entrou na residência e ajudou a dupla a revirar o imóvel em busca de objetos de valor. Ainda segundo a policial, a ação do grupo consistia em sempre roubar os carros de casas invadidas. “Se eles entrassem e tivesse algum carro, o veículo deles era abandonado e o novo era roubado”, explica a delegada. Esse foi o planejamento na noite de 7 de outubro. O carro de Cecília Bizzotto chegou a ser carregado com equipamentos eletrônicos e vários objetos da casa, mas depois do tiro que matou a atriz o bando fugiu apenas com dois celulares e dinheiro.

ROUBOS EM SÉRIE

 

O último envolvido a ser preso foi Cleber Eduardo da Silva, encontrado no Morro das Pedras, na Região Oeste. Ele já tinha passagens na polícia por tráfico de drogas e, segundo a delegada, tinha um pedido de prisão pendente de análise na Justiça desde agosto por duplo homicídio. A assessoria de imprensa do Fórum Lafayette não localizou nenhum pedido de prisão pendente e informou que há um processo tramitando no 1º Tribunal do Júri de BH contra Cleber e mais três réus por um duplo homicídio em 7 de setembro de 2009.

Cleber foi preso na segunda-feira e chorou ontem ao ser apresentado à imprensa. Assim como os cúmplices, ele confessou participação no assalto e disse estar na vida de crime para melhorar as condições financeiras. “Cheguei a trabalhar honestamente com carros, mas não deu certo porque não fazia o serviço direito. Quando ouvi o tiro perguntei porque o Tiquin tinha feito aquilo”, afirma Cleber.

Segundo a delegada Carolina Bechelany, da 1ª Delegacia Sul, que investiga uma série de roubos na Zona Sul da capital, Cleber foi identificado em um inquérito que apurava o roubo em uma casa de idosos no Bairro Cidade Jardim, Centro-Sul, em 14 de outubro, uma semana após a morte de Cecília. “Chamei as vítimas desse crime e ele foi identificado. Dessa forma, passei as informações para a delegada do caso Cecília Bizzotto e ela conseguiu confirmar a participação do Cleber no caso do Santa Lúcia”, afirma Bechelany.

A outra participação confirmada do bando foi em roubo de uma residência no Bairro Nova Granada, em 19 de outubro. Ainda segundo Bechelany, outras quatro pessoas já estão presas por outros dois assaltos, um no Belvedere e outro no São Bento. “São três homens e uma mulher, mas eles não têm ligação com os presos pela morte de Cecília Bizzotto”, acrescenta a delegada.

Uma prova incontestável


Uma prova material importante que ajudou a polícia a confirmar a participação de Gleisson Martins Horácio no crime foi o confronto do material genético do bandido com amostra de DNA coletada na casa da atriz. Ele é um dos dois presos inicialmente pelos investigadores e apontado como o mais violento do grupo responsável pela morte de Cecília Bizzotto. Segundo a delegada Elenice Cristine Batista Ferreira, da Homicídios Sul, o material encontrado para o exame estava em uma garrafa de cerveja recolhida pela perícia, o que demonstra que o bandido bebeu na casa.

“As vítimas chegaram com algumas garrafas de cerveja long neck e ele acabou bebendo. Os peritos recolheram o objeto e conseguiram coletar o material que estava na garrafa. Ao compararmos aquele material com o DNA dos acusados descobrimos que era do Gleisson”, afirma a delegada. Ela informa que o trabalho resultou em uma prova importantíssima para atestar que o acusado esteve na casa no dia do crime.

Ainda segundo a delegada, Gleisson era o mais violento do grupo. Armado com uma pistola calibre 380, ele manteve a arma em punho durante uma hora e meia na residência. “Ele ameaçava as vítimas. Chegou a dar coronhadas em Cecília e também jogou álcool em seu corpo, ameaçando que atearia fogo na vítima”, acrescenta. Foi dessa arma que partiram os dois tiros, um na janela e outro no peito da atriz, disparados em um quarto anexo à casa. A polícia não localizou a pistola.


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