O período chuvoso começou trágico em Minas Gerais. Desde de setembro deste ano, 13 pessoas morreram, oito apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para tentar minimizar as tragédias e o prejuízo das famílias, o governo de Minas adotou uma série de medidas com o objetivo de apoiar a população e os municípios a se prepararem para os temporais. Foram investidos R$ 5 milhões no abastecimento de alimentos e materiais usados em momentos de emergência. Parte do valor também será usado no desassoreamento de rios e córregos na Zona da Mata, Sul e Leste do Estado.
Dentre as medidas está a implantação do Batalhão de Emergências Ambientais (Bema). Sediado em Belo Horizonte, na Cidade Administrativa, o Bema é composto por 150 militares. Diariamente, o efetivo fica de sobreaviso, em condições de ser acionado a qualquer momento para atuação em qualquer região do estado. A unidade possui equipamentos individuais e coletivos, viaturas e caminhões de médio e grande porte prontos para o deslocamento, munidos de barcos, e botes . Para localidades distantes, os militares poderão se deslocar por meio de avião e helicópteros.
O Bema conta com apoio do Grupamento de Salvamento em Soterramento, Enchentes e Inundação (GSSEI) formado por 20 militares treinados e preparados para a atuação em situações de calamidade. Com suprimentos próprios de água e alimentação, os militares estão preparados para se manterem por conta própria por período de até sete dias consecutivos, sem que haja necessidade de disponibilização de apoio por parte da localidade atingida.
Depósitos avançados
Por meio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), o Governo de Minas instalou 14 depósitos avançados contemplando todas as regiões do Estado, abastecidos com cestas básicas de alimentos, lonas plásticas, colchões e outros materiais para utilização em situações de emergência. O investimento na compra de alimentos e materiais é superior a R$ 2 milhões.
Nos últimos anos, a Cedec também investiu na capacitação de aproximadamente 8 mil agentes e estruturação de comissões municipais de defesa civil em 707 cidades, de um total de 853 municípios existentes no estado.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) criou equipe técnica para apoiar “in loco” os municípios que vierem a ser atingidos pelas chuvas com maior intensidade. Durante todo o período chuvoso a Sedese vai acompanhar as ações realizadas por suas diretorias regionais, a fim de prestar auxilio à população nas situações emergenciais.
Vistorias de barragens
Apesar da ausência de risco de acidentes, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) está vistoriando todas as barragens a fim de verificar se as medidas corretivas sugeridas por auditores independentes estão sendo cumpridas. De forma preventiva, durante o período chuvoso, a Feam está solicitando aos responsáveis pelas barragens o monitoramento visual diário das estruturas.
Radar metereológico
O monitoramento meteorológico do Estado está sendo feito pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O trabalho conta com a análise de dados obtidos pelo radar meteorológico, adquirido pelo Governo de Minas por meio da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e instalado no município de Mateus Leme.
Com antecedência de três horas, o Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge) tem condições de emitir avisos sobre a possibilidade de ocorrência de chuvas fortes ou granizo. Os alertas são emitidos para prefeituras e comissões municipais de defesa civil por meio de mensagens enviadas para telefones celulares. A população pode ter acesso aos boletins e avisos meteorológicos por meio do site www.simge.mg.gov.br
Desassoreamento de rios
Por meio do Programa de Desassoreamento de Rios e Córregos, a Fundação Rural Mineira (Ruralminas) tem previsão de chegar ao final deste ano com atendimento de demandas em 17 municípios. Estão sendo investidos R$ 3 milhões, em especial em municípios da Zona da Mata, Sul e Leste do Estado.
Ações preventivas de saúde
A Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde (SES) está atendendo os pedidos de reforço nos estoques de medicamentos nas superintendências regionais em todo o Estado. Os “Kits de Atendimento às Calamidades” contém itens que atendem às principais necessidades dos municípios, para a prevenção e o atendimento em casos de enfermidades decorrentes do período chuvoso: antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos, anti-hipertensivos, medicamentos para tratamento de pacientes com diabetes, entre outros medicamentos.
Para as superintendências regionais de Belo Horizonte, Divinópolis, Ponte Nova e Manhumirim, responsáveis por 159 municípios, foram liberados 44 mil frascos de hipoclorito de sódio 2,5%, que é utilizado na desinfecção de água para consumo humano. Para a regional de Ubá, foi reforçado o estoque de soro antirrábico, soro antibotrópico e antiaracnídico, para atendimento emergencial.
A SES também encaminhou vacinas para os municípios. A vacina contra o tétano (dupla adulto) foi a mais solicitada para o período chuvoso. As 28 superintendências e gerências regionais de saúde estão com estoque garantido e as doses são encaminhadas de acordo com demanda dos municípios.
Ações preventivas também já foram realizadas envolvendo a manutenção de contatos com a Secretaria de Estado de Defesa Social para levantamento de informações sobre os municípios; repasse de nota técnica para as superintendências regionais informando os cuidados para evitar a ocorrência de leptospirose frente a ocorrência de enchentes; vigilância da qualidade da água para assegurar a potabilidade e impressão e distribuição de material educativo, orientando a população para os cuidados a serem tomados durante o período chuvoso.
Cuidados com raios
A Cemig alerta que as chuvas mais intensas vão ocorrer entre novembro e janeiro, quando o volume pluviométrico deverá ser 40% maior do que a média histórica. Para evitar problemas ocasionados por raios, a população precisa ficar alerta. Em casos de chuvas intensas, todos os equipamentos elétricos devem ser desligados das tomadas.
Durante chuvas fortes as antenas de televisão podem se desregular. Por isso a Cemig orienta a população para não tentar consertar o problema durante as chuvas, diante do risco da pessoa ser atingida por um raio ou cair de lajes e telhados.
Durante as chuvas, a melhor opção para quem precisa fazer uma ligação telefônica é pelo telefone celular ou sem fio, desde que o aparelho não esteja ligado a tomadas elétricas e a pessoas não esteja sobre lajes ou em locais descampados. Os raios podem provocar queimaduras gravíssimas, paradas cardiorrespiratórias e levar os acidentados à morte.