Um pacto entre alunos, pais, familiares e colaboradores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), para que cada um exerça seu papel na conscientização dos estudantes quanto aos riscos do abuso de bebidas alcoólicas e aos perigos associados ao consumo de substâncias ilícitas. É a proposta apresentada pelo reitor da instituição, professor João Luiz Martins, em reunião que teve com as associações de Moradores das Repúblicas Federais (Refop) e das Repúblicas Reunidas de Ouro Preto (Arrop), numa tentativa de evitar episódios trágicos como as mortes, em pouco mais de um mês, de dois estudantes, de 27 e 25 anos, em moradias cedidas pela universidade, após episódios associados ao consumo excessivo de bebida.
O reitor informou os representantes estudantis sobre a abertura de comissão para investigar as circunstâncias da morte do estudante de química industrial Pedro Silva Vieira, de 25, na sexta-feira passada. Segundo ele, esse levantamento pode contribuir para que o processo de escolha dos moradores seja humanizado e as repúblicas exerçam efetivamente o papel de residência e parem de adotar trotes como forma de seleção de inquilinos. Novas reuniões serão feitas com representantes das 58 repúblicas da Ufop no entorno do campus Morro do Cruzeiro e espalhadas pelo centro histórico de Ouro Preto. O pró-reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Rafael Magdalena, prometeu intensificar as ações educativas nas moradias.
O reitor divulgou um manifesto aos estudantes lembrando os momentos difíceis pelos quais a Ufop está passado em função dos últimos acontecimentos. “Por inúmeras vezes, e de diversas maneiras, buscamos conscientizar você da importância de uma reflexão sobre o seu caminho e suas escolhas de vida. Hoje precisamos perguntar a você: quantos jovens ainda vamos perder, antes que eles consigam realizar seus sonhos? Em centenas de milhares de cidades, em todos os lugares, essa mesma pergunta deve estar sendo feita agora por pais, mães, amigos e professores”, escreveu João Luiz.