Mateus Parreiras e Pedro Ferreira
Mais carros, mais perigo. Belo Horizonte acaba de alcançar duas marcas que dão a medida dos riscos de enfrentar o trânsito na capital mineira. Os dados mais atualizados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) dão conta de que a frota na cidade ultrapassou a marca de 1,5 milhão de veículos – há exatamente 1.507.228 automóveis levando-se em conta os números até outubro, para uma população de 2,4 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, a mais recente estatística do Sistema Único de Saúde (SUS) revela que acidentes nunca feriram tanta gente. Em BH, 4.392 pessoas foram internadas em hospitais da rede vítimas do trânsito de janeiro a setembro. O número é 12% superior ao do mesmo período do ano passado e o maior já registrado desde 2008, quando o SUS passou a tornar público esse tipo de informação. Naquele ano, 2.624 internações foram registradas, número 67% menor que o atual.
Os dados indicam ainda que um grupo está cada vez mais exposto a perigo: o dos pedestres.
O cenário descrito por Lemos é compartilhado por especialistas. Mais: as perspectivas não são boas no curto prazo. “Sou pessimista.
Trauma Envolver-se em acidente de trânsito deixa traumas. Uma das recentes vítimas, a auxiliar de serviços Cacilene da Silva não consegue esquecer o acidente que sofreu há três meses no Centro de Belo Horizonte. Ela voltava para o restaurante onde trabalha, com uma cunhada e outra funcionária, e foram atropeladas na Rua Goitacazes por uma van desgovernada, que bateu em um caminhão. As outras duas mulheres morreram na hora.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, as mortes em acidentes na capital subiram 24,4% de janeiro a setembro de 2010 para 2011, saltando de 468 para 606 no período. A secretaria alegou não dispor dos óbitos deste ano. A assessoria do órgão informou que, considerando apenas a rede municipal, contabiliza decréscimo de internações, de 4.590 no ano passado para 3.883 este ano.