Gente como Wildes de Souza, morador da Vila São Paulo, em Contagem, e responsável pela nascente que brota no bairro, está fazendo a diferença. O filete de água localizado perto da quadra esportiva da Escola Municipal Virgílio de Melo Franco é conhecido da população há cerca de 40 anos, 15 dos quais sob a proteção desse senhor de fala mansa.
Wildes se orgulha de dizer que plantou boldo e caninha-de-macaco, dois tipos de plantas medicinais, no entorno da nascente, que serve como fonte para os jovens refrescarem o rosto depois do esporte. Numa garrafa PET, ele exibia a água e as plantas da região. “Os meninos levam para pôr em aquário e os peixinhos não só estão se reproduzindo como sorrindo também à toa com essa água”, brincou.
O presidente do CBH-Velhas, Rogério Sepúlveda, explica que só foram visitadas as nascentes que têm cuidadores.
A iniciativa identificou e cadastrou pessoas, nascentes e o que fazer para melhorar. Será necessário outro projeto para elaborar ações, mas, de acordo com Sepúlveda, sempre fortalecendo a imagem de quem cuida. “Isso incentiva quem já está fazendo algo a continuar e outros a aderir.” Foram identificadas 183 nascentes no Arrudas (o próprio Parque Eldorado abriga duas delas) e 162 no Onça.
A analista da Copasa e representante da empresa nos subcomitês do Arruda e do Onça, Magda Vaz Tertuliano, disse que os problemas encontrados são comuns. Além do esgoto, foram identificadas ainda questões relacionadas à poluição, lixo, entulho e áreas cimentadas. Já os planos de intervenção sugerem ações como limpeza de quintal, reflorestamento, limpeza de caixa d’água e até quebra do piso que sufoca nascentes que insistem em brotar. “Em alguns casos será preciso buscar orientação técnica da Copasa”, afirmou Magda. .