Em solenidade no Museu de Arte (MAP), o prefeito Márcio Lacerda assinou neste sábado uma portaria criando a comissão para acompanhar o projeto para tornar a Pampulha patrimônio cultural da humanidade. A peça principal do projeto é um dossiê a ser encaminhado à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A expectativa é de que o documento com fotos, histórico e outros registros seja entregue pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ao órgão da ONU, responsável pela concessão do título, dentro de um ano.
Enquanto isso, a prefeitura terá que fazer uma série de intervenções no conjunto arquitetônico assinado por Niemeyer, na década de 1940, além de despoluir a lagoa. “O reconhecimento vai valorizar o espaço e poderá atrair apoio financeiro”, disse o prefeito, certo de que o resultado poderá sair entre 2015 e 2016. Para conquistar a honraria –em Minas, já foi concedida a Ouro Preto, Diamantina e Congonhas – a prefeitura vai montar um grupo, que começa a se reunir na segunda-feira para cuidar da revitalização urbanística, sinalização turística, desassoreamento do reservatório e captação de esgoto.
O prefeito adiantou que, em janeiro, será publicado edital para desassoreamento da lagoa (retirada de lama, lixo e outros detritos), enquanto a Copasa cuidará dos esgotos. Na sequência, será feita a limpeza (fisicoquímica) das águas e a prefeitura estuda propostas de empresas para execução do serviço. A recuperação dos imóveis modernistas, jardins e monumentos e padronização dos passeios tem recursos assegurados. O restauro já começou no MAP, sendo a próxima a cobertura da Igreja de São Francisco de Assis.
Fazem parte da comissão: Leonardo Barreto de Oliveira (Iphan), Leônidas Oliveira (FMC), Angela Gutierrez (Instituto Flávio Gutierrez), Angelo Oswaldo (prefeito de Ouro Preto), Carlos Augusto Moreira (Organização socioambiental Terra Viva), arquitetos Denise Marques Bahia ( professora da PUC Minas), Flávio Carsalade (professor da Universidade Federal de Minas Gerais) e Gustavo Penna, Eliane Parreiras (Secretaria Estadual de Cultura), Humberto Pereira de Abreu Júnior (Administração Regional Pampulha), Mauro Werkema (Belotur), Mônica Eustáquio (Inventário da Arquidiocese de BH), Rosilene Guedes Souza (Instituto dos Arquitetos do Brasil) e Suzana Meinberg (Associação de Moradores da Pampulha Pro-Civitas).