Estampada na bandeira do estado, a palavra liberdade dá o tom das relações conjugais em Minas Gerais. Com mudanças na Constituição e o fim dos prazos para separação, a taxa de divórcios no estado cresceu acima da média do país. Ao mesmo tempo, o índice de casamentos em Minas se manteve acima do nacional. É o que revela a pesquisa Estatística do Registro Civil 2011, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Minas, a taxa é de 2,9 divórcios a cada 1 mil habitantes, mais que o dobro (107%) em relação a 2009, quando havia 1,4 divórcio por mil habitantes. A taxa também supera a nacional, de 2,6 divórcios por mil habitantes. O índice nacional é o maior registrado pelo IBGE desde 1984, início da série histórica, e representa aumento de 85,7% em comparação com 2009.
Na avaliação de especialistas, a motivação de encontrar a alma gêmea mesmo depois de uma experiência frustrada tem aumentado a taxa de casamentos no estado, acima da média nacional. Enquanto em 2009 o índice era de 6,8 enlaces por mil habitantes, hoje a união de papel passado chega a 7,4 por mil habitantes, que representa, em números absolutos, 113.767 casamentos.
Segunda tentativa
Com isso, o que se observa é o aumento também do percentual de recasamentos, ou seja, uniões em que um dos cônjuges já foi casado. Se em 2010, do total de uniões firmadas, 17,3% eram recasamentos, no ano passado, esse número passou para 19,4% no estado. A maior parcela de enlaces nesse perfil (8,7%) ocorreu entre homens divorciados e mulheres solteiras, assim como o casal Cíntia Neves Silva, de 38 anos, e Marco Antônio de Moura Mesquita, de 57, que em setembro selaram a união com direito a cartório, bênção religiosa e festa, depois de seis anos de namoro.
Ela era solteira e ele, divorciado, pai de dois filhos. “Sempre gostei de homens mais velhos e, quando cheguei próximo aos 30, sabia que o perfil que encontraria era de uma pessoa divorciada. Ao mesmo tempo, sempre quis casar. Minha família é muito tradicional, meus pais são católicos. Não existe essa história de juntar”, conta Cíntia.
De acordo com a pesquisa, é na faixa entre 20 e 29 anos que se concentra a maior taxa de nupcialidade do estado. Mineiras, normalmente, se casam aos 25 anos, um ano abaixo da média nacional, enquanto os homens selam a união aos 28, a média brasileira. As separações normalmente ocorrem quando o homem está com 42 anos e as mulheres, 39..