A noite deste Natal será mais que especial para uma família de Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais. Um milagre aconteceu pela manhã. A integrante mais nova da casa, Camila Gabriela dos Passos, uma menina de apenas um ano de idade, ressuscitou depois de ficar cerca de dez minutos sem respirar. Ela já era considerada morta, mas a insistência de um bombeiro a trouxe de volta à vida. O bebê se afagou em um balde d'água e a mãe, que é surda-muda, demorou a perceber o acidente.

“Quando eu cheguei na casa pensei que já era tarde demais. Ela estava em cima de uma mesa, com um familiar fazendo massagem cardíaca. A menina já estava com os lábios roxos, as pupilas dilatadas, o corpo completamente mole e sem qualquer reação. Não tinha pulso e não respirava”, conta o sargento do Corpo de Bombeiros Moisés Dias de Paula.

Compromissado com a vida, o militar não hesitou em tentar reanimar Camila.

Ele a colocou no colo e começou a fazer fazer as manobras de ressuscitação. Nos primeiros minutos ela permanecia sem qualquer reação. Os bombeiros, então, entraram com ela na Unidade Móvel de Resgate. Um tio da criança os acompanhou.

“A caminho do hospital eu peguei uma caneta e usei ela para soprar dentro da boca da menininha. Foi quando ela voltou a respirar e chorou. O tio dela começou a chorar também. Rapidamente chegamos no hospital. Quando o médico disse que ela já não corria risco, todos da nossa equipe caíram no choro. Foi emocionante”, relata o sargento Moisés.

A família afirmou aos bombeiros que Camila ficou cerca de dez minutos submersa. “É muito tempo para uma pessoa ficar sem respirar. Por isso, a criança foi levada com urgência, de helicóptero, para o Pronto-Socorro de Belo Horizonte. Felizmente recebemos a notícia de que ela não corre risco de morrer”, diz satisfeito o militar que a salvou da morte.

O sargento Moisés, que é pai de duas meninas pequenas, destacou que salvar Camila em pleno Natal teve um significado especial, já que é uma data em que se comemora a vida. “Minha esposa me falou ontem que não tem dinheiro para comprar nenhum presente para mim e hoje eu acabei ganhando um presentão”, comenta emocionado.

O militar ainda destacou a importância de vigilância permanente com crianças pequenas, pois qualquer distração pode ser fatal. "Uma outra criança da família de Camila, quando me viu tentando reanimá-la, disse 'é nisso que dá deixar bebê sozinho'. No caso, a mãe não escuta, o que justifica a demora no socorro", acrescentou Moisés..