Jornal Estado de Minas

Menino que se afogou em máquina de lavar morre no hospital

Criança de 1 ano caiu na máquina de lavar roupas, ficou meia hora sem respirar, foi reanimado, mas morreu no hospital

Landercy Hemerson
- Foto: Tulio Santos/EM DA Pres
A persistência de militares do Corpo de Bombeiros não foi suficiente para salvar a vida de uma criança de 1 ano e 5 meses, que caiu dentro de um tanquinho de lavar roupasMesmo depois de 30 minutos sem que o menino Gustavo Antônio Ribeiro reagisse aos procedimentos de reanimação cardiopulmonar, os militares decidiram levá-lo para o Hospital de Pronto-Socorro Risoleta Neves, em Venda Nova, em Belo HorizonteHouve uma ponta de esperança que horas depois se acabouNo dia 24, em Ouro Preto, Região Central, uma menina de 11 meses se afogou num balde e, depois de 10 minutos sem respirar, foi reanimada por um bombeiro que usou uma caneta para soprar em sua boca.

O menino foi ressuscitado por duas vezes na unidade hospitalar de Venda Nova, por meio de procedimentos médicos que duraram cerca de uma hora e meiaÀ noite Gustavo foi transferido para o Hospital João XXIII, mas não resistiu a uma terceira parada e morreuPor volta das 16h30, ele brincava em casa com sua irmã, de 14 anos, na Rua Araguacena, no São Cosme, em Santa Luzia, Região Metropolitana de BHA mãe dele, a operadora de telemarketing Cíntia Soares Costa, de 33, disse que tinha ido ao supermercado comprar comida para as criançasO pai de Cíntia, o aposentado Elísio Silva Costa, ficou vigiando as criançasEle estava no terceiro andar do imóvel e os netos brincavam no andar de baixo.

“Quando cheguei, minha filha já havia tirado o Gustavo de dentro do tanquinhoPeguei meu filho no colo e ele não respirava, a linha estava enrolada e os lábios roxoEle estava morto
Fiz massagens com base no que aprendi no curso de primeiros socorrosMesmo com a chegada dos bombeiros ele não reagiuNo hospital de Venda Nova, depois de 15 minutos de procedimentos ele reagiuSó que teve uma parada cardiorrespiratória e foram mais 20 minutos para que reagisseNa terceira parada não teve jeito”, contou Cíntia.

O sargento Márcio Ferreira Lopes e dois colegas foram os primeiros militares a chegarem na casa“Eu ouvi na rede de rádio e, como estava no posto da Cidade Administrativa, pedi autorização para ir ao localQuando cheguei o menino estava deitado no chão e os parentes tentando reanimá-loIniciamos os procedimentos corretos, mas como ele não respondiaEntre o tempo que a criança ficou dentro d’água e o deslocamento para socorro, passaram-se cerca de 30 minutosNa ambulância, apesar das massagens e do oxigênio, ele não reagiu.”

De acordo com o sargento, em 28 anos trabalhando no Corpo de Bombeiros, esta foi a primeira vez que ele viu falar de uma criança se afogar numa máquina de lavar
O filho de Márcio, o também bombeiro soldado Juan Lopes, participou da luta pela vida de GustavoNa transferência para o Hospital João XXIII, Juan foi um dos batedores em motocicleta que abriram caminho para a ambulância.

BEBÊ

Continua estável o estado de saúde da menina Camila Gabriela dos Passos, de 11 meses, que se afogou em um balde e ficou 10 minutos sem respirar na noite de Natal em Ouro PretoTambém internada no Hospital João XXIII, na segunda-feira ela teve os tubos desligados, porém, como não conseguia respirar normalmente, os equipamentos precisaram ser religados na madrugada de ontem.

De acordo com a equipe de pediatria, a reação da menina à retirada dos aparelhos já era esperada e é normal em pacientes que necessitam de equipamento de respiração artificialO hospital informou que não houve piora no estado de saúde da criança e que ela não corre risco de morrer.