Quem sofreu os impactos do fechamento da Avenida Santos Dumont durante sete meses, para as obras de implantação do transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês), pode se preparar para mudanças ainda mais bruscas na Região Central de Belo HorizonteA partir de terça-feira, a Avenida Paraná será fechada para novas intervenções do BRTO fechamento, que começa no sentido rodoviária/Mercado Central e na metade da obra muda para o lado contrário, será mantido durante todo o ano e vai exigir paciência da população.
Somente pelo primeiro trecho circulam diariamente 20 mil veícu los, que serão distribuídos para outras vias do Hipercentro, por onde passam cerca de 500 mil carros por diaOs maiores impactos estão previstos principalmente para as avenidas do Contorno e Amazonas, além da Rua da Bahia, regiões onde o trânsito já é saturado e que servirão como opções de desvio.
Em dezembro não haverá obras por acordo com comerciantes da Paraná, mas já no mês seguinte a Santos Dumont voltará a ser interditada para obras, entre as ruas Curitiba e São Paulo, ainda sem prazo para conclusãoA via, inclusive, ainda está tendo intervenções no canteiro central, para conclusão das estações de transferência do BRT
A prefeitura admite que possíveis atrasos no cronograma de obras da Paraná serão transferidos para 2014Durante todo esse período, motoristas e passageiros do transporte coletivo deverão ficar atentos, pois diversos desvios serão feitos e 84 linhas do transporte coletivo serão remanejadas para ruas no entorno
Viaduto fechado
Outra mudança significativa tem previsão de durar 30 dias, a partir de terça-feiraA Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) manterá fechada a alça Pedro II do Viaduto B, que chega à Região Central, para alargamento da estrutura em 80 centímetrosA intervenção faz parte dos preparativos para implantação do BRT na Pedro II, ainda sem prazo para começarCom isso, os veículos e as linhas de ônibus que saem dos bairros Caiçara, Padre Eustáquio e Bonfim chegarão ao Hipercentro por dois caminhos principais: pelo Elevado Castelo Branco, chegando à Praça Raul Soares, ou por um desvio preparado pela BHTrans
Na chegada ao Centro, as mudanças exigem atençãoSegundo o diretor da Tectran e consultor de trânsito Eduardo Cândido Coelho, as soluções encontradas para o fluxo são diferentes das implantadas na Avenida Santos Dumont“Não tínhamos, nesse caso, a opção de duas vias paralelas à Paraná para transferência dos dois sentidos de tráfego”, disse, referindo-se às ruas Caetés e Guaicurus, que receberam o fluxo da Santos Dumont
Colapso
Sem a opção, a alternativa foi manter a Paraná aberta no sentido Mercado Central/rodoviária e usar as ruas Curitiba e dos Guaranis, além da Avenida Olegário Maciel, para receber o fluxo contrárioEssas vias passarão a ser a alternativa para veículos que saem das avenidas Pedro II e Antônio CarlosQuem chega da Avenida Cristiano Machado pode entrar pela Rua Guaicurus e pela Santos Dumont, seguir pela Curitiba e acessar a Avenida do Contorno até a Rua dos Tupinambás, onde poderá atravessar a ParanáAlém desse ponto, a avenida fica aberta no cruzamento com Rua dos Caetés, diferentemente dos pontos em que cruza com as ruas dos Tamoios e dos CarijósNo trecho interditado o acesso a garagens e estacionamentos será mantido
O consultor em transporte e trânsito Osias Baptista Neto afirma que, para evitar o colapso da cidade a interdição de avenidas do Centro tem de vir acompanhada de um planejamento pesado para muito além da área central, já que os desvios tendem a sobrecarregar outros corredores“Esse sistema tem de ser muito bem operado para não travar a cidade
Além da fiscalização, outro componente importante, segundo Osias, é a segurança do trânsito, com a adoção de medidas como a sinalização para motoristas e pedestres.