Nos últimos dias, aumentaram as filas nos hospitais e postos de saúde de Montes Claros (364 mil habitantes, Norte de Minas), com pessoas reclamando dos sintomas da dengue. O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria de Saúde do Município, Edvaldo Freitas, disse que os dados ainda estão sendo levantados, mas confirmou o crescimento das notificações.
O coordenador do CCZ informou que durante o ano de 2012, foram notificados 836 casos na cidade, número um pouco inferior ao registrado em 2011 (857 notificações). No entanto, o avanço dos casos dos últimos dias preocupa. “Houve um aumento considerável do número de casos. É reflexo das chuvas de novembro”, afirmou Freitas. Na manhã desta sexta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde realiza uma "carreata de prevenção a dengue" pelas ruas da cidade, no sentido de chamar dos moradores para evitar os focos do mosquito Aedes Aegypti dentro das casas.
Os casos de pessoas com sintomas da febre cresceram nas diferentes regiões da cidade. Uma das unidades de saúde superlotadas é o Pronto Socorro Municipal Alpheu de Quadros, no Bairro Santo Antônio. Mas, existem outras unidades onde as filas aumentaram, como o posto de saúde do Bairro Renascença. Em Montes Claros também existe preocupação com a dengue hemorrágica. No último domingo a menina Ketlyn Ferreira Santos, de 11 anos, morreu em um hospital da cidade com a suspeita da febre hemorrágica. Mas, não houve confirmação do caso, que ainda está sendo investigado.
Uma das pessoas acometidas pela dengue em Montes Claros é a médica Mara Narciso, moradora do bairro São Luiz, área nobre da cidade. “Estou acamada há seis dias. Senti dor nos olhos, calafrios, enjoo, dor de cabeça e manchas pelo corpo”, disse Mara, acrescentando que quatro vizinhos dela também estão com dengue. Ela garante que sempre cuidou para impedir o surgimento de focos do Aedes Aegypti dentro de sua casa.
Outra que apresentou os sintomas da dengue foi a doméstica Telma Simões Soares, de 29 anos, moradora da Vila Atlântica, na região do Santos Reis, periferia da cidade. Telma, que está grávida de oito meses, conta que teve febre, dores no corpo e irritação na pele. Ela foi atendida no Pronto Socorro do Hospital Aroldo Tourinho, que recolheu o material para exame. No entanto, ainda não foi confirmado o diagnóstico da dengue.
O secretário municipal de Saúde, Geraldo Edison, lembra que o município também sofre com um surto de uma virose, que tem sintomas parecidos com o da dengue. Por outro lado, ele disse que está sendo feito novo Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (Liraa) na cidade, que será divulgado nos próximos dias.