A Polícia Militar promete marcar presença no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, principalmente na Favela do Cafezal. Nesta sexta-feira, um grande aparato das policias Civil e Militar fizeram uma grande operação no local. Foram cumpridos oito mandados, entre eles de busca e apreensão e de prisão. Apenas um adolescente foi apreendido e uma pequena quantidade de drogas foi encontrada até as 18h.
As ações, que começaram no início da manhã, vão se estender pela noite. O objetivo é coibir os crimes na região. “ É uma operação de rotina da PM realizada em todos os bairros de Belo Horizonte. Hoje foi a vez do Cafezal. Queremos a participação mais ativa da comunidade e também marcar presença no aglomerado. Nosso principal objetivo é coibir os homicídios, o tráfico de drogas e o principal: trazer paz para a comunidade”, afirma o comandante do 22º Batalhão da PM, major José Roberto. Segundo ele, uma nova operação será montada no local nos próximos meses.
Por volta das 6h, 177 homens das polícias Militar e Civil subiram o aglomerado para o cumprimento dos mandados. Eles tiveram apoio do helicóptero da corporação e um veículo blindado, conhecido como 'Caveirão'. Os endereços alvo da operação foram visitados e nenhum material ou suspeito foi localizado. Sendo assim, foi montada uma ação de prevenção que abordou moradores e veículos.
Nessa segunda fase, um adolescente I.N.S.O, de 14 anos, foi flagrado em uma moto. Com ele estavam 10 pinos de cocaína, 21 buchas de maconha, uma porção de crack, R$ 122. Ele foi detido e encaminhado para o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA-BH).
Em outra parte do aglomerado, um homem, também em uma moto, fugiu ao avistar as viaturas da PM. Os militares fizeram a perseguição e o suspeito deixou cair uma blusa. No material foi encontrado um carregador de pistola nove milímetros e R$ 2,5 mil. O motociclista fugiu e não foi encontrado.
Protestos
Em 26 de novembro do ano passado, o Aglomerado da Serra foi palco de uma série de protestos contra a polícia após a morte do pedreiro Helenilson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, com um tiro disparado por um sargento da PM. Na época, a família da vítima alegou abuso da corporação na abordagem. Os policiais envolvidos na ocorrência disseram que o jovem estava armado, em companhia de três homens.
Helenilson tinha envolvimento com o tráfico e mandado de prisão em aberto. Veículos foram queimados. Na semana do assassinato do pedreiro, o transporte coletivo e o serviço de coleta de lixo foram suspensos, prejudicando os moradores da comunidade.
O sargento Dalson Ferreira Vitor foi preso em flagrante pela morte do morador. Ele foi solto pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e foi mantido no no Grupo Especializado em Patrulhamento de Áreas de Risco (Gepar). O sargento foi indiciado por homicídio doloso e responderá na Justiça comum pela morte do pedreiro.