O pai de uma criança de um ano e sete meses que foi espancada até a morte pela namorada do homem em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, vai responder por abandono de incapaz. De acordo com o delegado João Augusto Ferraz de Araújo, Valmir Belisário Ferreira, 32 anos, não dava apoio nos cuidados com a bebê.
O assassinato aconteceu no dia primeiro de janeiro. Segundo Araújo, responsável pelo inquérito, Jeane Fernandes Mota, de 20 anos, namora com pai da criança, Valmir Belisário Ferreira, 32, há sete meses. Nos últimos dois meses o homem deixou a menina na casa de Jeane para que ela cuidasse, no entanto, a mulher espancava constantemente a enteada. Vizinhos foram ouvidos pela polícia e denunciaram as agressões.
Na virada do ano, Jeane chegou de uma festa bêbada e perdeu a paciência com a menina. De acordo com o delegado, a bebê chorava muito querendo comida e a madrasta bateu na criança até a morte com um pedaço de pau. A Polícia Militar (PM) foi acionada, mas a mulher alegou que a menina havia caído e se livrou da prisão em flagrante.
O pai da bebê também foi ouvido e autuado por abandono de incapaz. De acordo com o delegado, Valmir não dava apoio nos cuidados com a bebê. O caso chocou a cidade porque a menina tinha saúde frágil e era muito nova. Ela passou por cirurgias pouco depois do nascimento para corrigir má formação em órgãos. “Era uma criança com problemas de saúde que requeria cuidados especiais, em contrapartida tinha cuidado zero”, afirma.
A mãe biológica da bebê não mora na cidade e a polícia ainda apura informações de que ela está em Belo Horizonte. De acordo com o delegado, a mãe pode ser responsabilizada, assim com o pai, por abandono de incapaz. A polícia precisa esclarecer como foi oficializada a guarda da menina para proceder com a investigação. Se Valmir for o único responsável legal pela bebê, a mãe fica livre de acusações.
A polícia está apurando todo o histórico de agressões que a criança passou durante dois meses na casa de Jeane para anexar ao inquérito. A autuação dela por homicídio qualificado se deu por causa do motivo torpe e porque não deu chance de defesa para a vítima, por ser uma criança. Conforme o delegado, também será investigada uma denúncia relacionada à Lei Maria da Penha que Jeane abriu contra o namorado Valmir.