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Estado de Minas

Alunos da Escola de Arquitetura da UFMG viram alvo de bandidos na Savassi

Assaltos e furtos de computadores estão assustando os universitários. PM admite que roubo a pedestres e arrombamentos de veículos são as ocorrências mais frequentes na região. UFMG vai instalar 50 câmeras de segurança nas imediações e dentro da unidade


postado em 11/01/2013 12:08 / atualizado em 11/01/2013 13:36

Unidade vai ganhar câmeras de segurança speed dome, que têm visão alcance 360 graus e um zoom eficiente(foto: Emmanuel Pinheiro/EM/D.A Press - 05/08/2008 )
Unidade vai ganhar câmeras de segurança speed dome, que têm visão alcance 360 graus e um zoom eficiente (foto: Emmanuel Pinheiro/EM/D.A Press - 05/08/2008 )

Os alunos do período noturno da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que fica na Rua Paraíba com Gonçalves Dias, na Savassi, Região Cento-Sul de Belo Horizonte, viraram alvo de bandidos, principalmente por causa dos computadores que levam para as aulas. Os universitários estão com medo dos furtos e assaltos que ocorreram na região no último ano e pedem mais segurança. O roubo do material está prejudicando a vida acadêmica das vítimas.

A estudante Renata Pedrosa Barbosa, do 5º período de Arquitetura de Urbanismo, foi assaltada na noite última terça-feira e conta os momentos de terror que passou sob poder de um bandido. Ela não encontrou estacionamento no quarteirão da universidade e deixou seu carro, um Fiat Uno Vivace, em um local mais afastado, ainda na Rua Gonçalves Dias. “Subi sozinha em direção ao carro e, quanto abri a porta, um homem chegou por trás e anunciou o assalto. Ele mandou jogar a bolsa e o notebook no carro”, relata.

Segundo a universitária, o homem estava desarmado e disse que não iria machucá-la, desde que seguisse todas as ordens. O criminoso ainda alertou a jovem dizendo “vou ter dar um conselho, não pare o carro longe, porque tem muito tempo que estou te observando”. Renata diz que viu o homem parado na porta da UFMG, mas não desconfiou da atitude. O assaltante seguiu a jovem no percurso até o carro. Ele deixou que a estudante pegasse a bolsa de volta, levando o carro e computador. Antes de fugir, o assaltante ordenou que ela esperasse 20 minutos para acionar a Polícia Militar (PM) porque comparsas a estavam vigiando.

A universitária chamou a PM, que fez uma ronda com a jovem dentro da viatura pela região da Savassi, mas não conseguiu prender o ladrão. Além do prejuízo material, Renata lamentou a perda dos trabalhos da universidade. “Era um computador novo avaliado em quase R$ 3 mil. Tinha arquivos de trabalhos, perda que me prejudica. Tenho alguns trabalhos em andamento e agora estou tentando recuperar com os colegas, outros conteúdos eu vou ter que refazer”, afirma.

Renata deixou de ir à universidade desde o dia do crime, por causa do medo. A informação de que já estava sendo vigiada deixou a estudante aterrorizada e ela tenta agora tomar coragem para retornar às aulas. Ela está impressionada com a ousadia do bandido, já que ele chegou a dar "conselhos" e a afirmar que o seguro cobriria a perda do carro. “A gente está exposto ao perigo e nem sabe. Lá na escola estão ocorrendo muitos assaltos e carros arrombados. Ficamos visados. A Rua Paraíba é muito deserta, mal iluminada e não tem policiamento, o que favorece a ação dos bandidos”, diz a aluna.

Furto dentro da escola

O estudante Matheus de Figueiredo Colla, do 4º período de Arquitetura e Urbanismo, teve o computador furtado dentro da escola. O aluno e os colegas desconfiam que ladrões estão entrando com o objetivo de levar computadores, pois não há restrição de acesso à sede da universidade.

O roubo do computador de Matheus aconteceu perto do Diretório Acadêmico (DA), onde os estudantes se concentram em intervalos de aulas para jogar sinuca e totó. Vários universitários deixaram as bolsas sobre bancos e cadeiras e se distraíram. “Por volta de 22h, fui pegar a mochila e estava sem o notebook. Nesse dia, havia um senhor diferente na faculdade. Ele já havia tentado carregar a mochila de um outro colega e ficou rondando a cantina”, conta. A suspeita de Matheus não foi confirmada, porque o homem nunca mais foi visto.

Ele registrou o boletim de ocorrência, sem esperança de reaver o computador, mas foi surpreendido pela ação dos colegas. “Fiquei muito emocionado porque no fim do ano a galera da faculdade fez um vaquinha e me deu um notebook novo”. Com medo, ele está evitando levar o equipamento para a faculdade. “Ficar sem o computador muda totalmente a rotina do aluno. Temos que apresentar projetos todos os dias e agora está todo mundo evitando carregar os notebooks, salvando os arquivos em pendrive, o que nem sempre é suficiente”, conta.

Matheus também pede por mais segurança. “Polícia eu nunca vi. Hoje eu vou de carro, mas do 1º ao 3º período ia de ônibus e uma vez ou outra tinha uma viatura no trajeto. Perto da escola tem muita árvore, fica muito escuro e perigoso”.

Mais crimes

Os estudantes contam que dois professores também já foram vítimas de assaltos e perderam equipamentos importantes. No fim do ano passado, outro aluno teve o vidro do carro quebrado e ladrões levaram um computador avaliado em mais de R$ 4 mil. A universitária Paula Barroso, do 7º período de Arquitetura e Urbanismo, tem certeza que os criminosos estão informados sobre os equipamentos que o alunos do curso carregam. “Até o caixa eletrônico que tinha dentro da Arquitetura eles tiraram, para ver se era isso que chamava atenção dos assaltantes, mas não é. São os computadores mesmo”. A aluna levanta até a suspeita de que ação dos bandidos seja facilitada com informações de alguém de dentro da escola.

Polícia

O major Carlos Alves, comandante da 4ª Companhia do 1º Batalhão da Polícia Militar (PM), responsável pela área, desconhece o ataque a alunos da UFMG. Ele afirma que roubo a pedestres e arrombamentos de veículos são as ocorrências mais frequentes na região, por isso orienta para as medidas auto protetivas como evitar locais mal iluminados e não deixar material nos carros.

Segundo o militar, esses roubos são cometidos geralmente por menores infratores e moradores de rua, que são usuários de drogas. “Eles têm esse material como moeda de troca para sustentar o vício. Levam os pertences e comercializam por quantia irrisória, trocam por pedras de crack ou garrafas de cachaça”, afirma Alves.

O major afirma que a área é monitorada pelas viaturas do Programa Polícia e Família, mesmo que em escala reduzida. “O local é um pouco ermo. À noite a presença da PM reduz e vira um terreno fértil para o bandido. Se tiver uma vítima em potencial, o agente querendo cometer o crime e falta de segurança, facilita a ocorrência”.

A PM informou que está aberta para diálogo com os estudantes e pode planejar o envio de viaturas na saída e entrada de alunos, caso seja demandado. O major disse que pode enviar equipes à faculdade para orientar sobre medidas auto protetivas ou receber os alunos na 4ª Companhia, que fica na Rua da Bahia, número 1201 – prédio do Museu Inimá de Paula.

Câmeras de segurança

A direção da Escola de Arquitetura da UFMG informou que em breve serão instaladas 50 câmeras de segurança nas imediações e dentro da sede. Entre os equipamentos, estão câmeras speed dome, que têm visão alcance 360 graus e um zoom eficiente. A universidade tem conhecimento dos crimes no entorno da faculdade, mas não foi comunicada sobre furtos dentro do prédio. A UFMG vai agendar uma reunião com a PM para pedir reforço do policiamento. A escola também está discutindo a possibilidade de instalação de catracas na unidade.


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