Jornal Estado de Minas

Presa mulher que provocou protestos após morte de jovem no Aglomerado da Serra

Denise Aparecida Dias da Silva, 44 anos, chegou a tirar a roupa no dia do crime para tumultuar a ação da PM. Ela já era procurada por roubo

João Henrique do Vale
Uma ação de policiais do Grupo Especializado em Patrulhamento de Áreas de Risco (Gepar), do 22º Batalhão da Polícia Militar, terminou com a prisão de uma mulher, na tarde desta sexta-feira, que era procurada por roubo no Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte
Denise Aparecida Dias da Silva, 44 anos, era conhecida entre os militares por incitar alguns moradores contra a polícia durante uma manifestação que aconteceu no conjunto de favelas em novembro do ano passado, depois que um jovem foi morto durante uma operação

As ações realizadas hoje foram realizadas para cumprir o mandado de prisão contra a mulher, conhecida como ParedãoMilitares monitoraram os passos dela nos últimos dias e conseguiram encontrá-la"Essa mulher que participou ativamente das manifestações que aconteceram no Aglomerado da Serra no final do mês de novembroEla, inclusive, chegou a retirar a roupaEla já foi condenada a seis anos e sete meses por roubo", explica o tenente Fernando Braga Gontijo

Para tentar enganar a polícia, a mulher se transferia quase que diariamente entre três casas"Ela ficava de casa em casa, mas hoje conseguimos flagrá-la e prendê-la", disse o tenenteDenise Aparecida foi encaminhada para a delegacia

Protestos no Aglomerado

Em 26 de novembro do ano passado, o Aglomerado da Serra foi palco de uma série de protestos contra a polícia após a morte do pedreiro Helenilson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, com um tiro disparado por um sargento da PM
Na época, a família da vítima alegou abuso da corporação na abordagemOs policiais envolvidos na ocorrência disseram que o jovem estava armado, em companhia de três homensHelenilson tinha envolvimento com o tráfico e mandado de prisão em abertoVeículos foram queimadosNa semana do assassinato do pedreiro, o transporte coletivo e o serviço de coleta de lixo foram suspensos, prejudicando os moradores da comunidade.

O sargento Dalson Ferreira Vitor foi preso em flagrante pela morte do moradorEle foi solto pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e foi mantido no no Grupo Especializado em Patrulhamento de Áreas de Risco (Gepar)O sargento foi indiciado por homicídio doloso e responderá na Justiça comum pela morte do pedreiro.

Dias após as manifestações, a PM informou que iria identificar as pessoas que incitaram a violência contra a corporaçãoEm 4 de janeiro, uma grande operação foi montada no aglomerado para tentar coibir os crimes na região, porém ninguém foi presoMesmo assim, a polícia prometeu diversas ações no conjunto de favelas"Estamos fazendo várias diligências no local em um trabalho conjunto com o serviço de inteligência
Estamos identificando as pessoas que incitaram os moradores em novembro, para poder prendê-las", informou Gontijo