Mesmo com baixo volume de precipitações em 2012, a temporada de chuva em Minas Gerais já soma 22 mortes, ultrapassando o número de vítimas do período anterior - de outubro de 2011 a abril de 2012 - quando foram registrados 20 óbitos. O maior volume acumulado de chuva da estação é 400 milímetros, verificado no mês de novembro de 2012. Em contrapartida, na temporada passada, foram mais de 700 milímetros, registrados em dezembro de 2011. A alteração da força da natureza de um ano para o outro, no entanto, não foi suficiente para reduzir o número de ocorrências.
Segundo a Defesa Civil, as chuvas torrenciais provocam ocorrências relacionadas a enxurradas e transbordamento de rios. Nesse caso, quem mora em locais próximos aos leitos deve ficar em alerta. Nas chuvas constantes, o perigo é para moradores de morros, encostas e serras. A entrada de água na terra aumenta o risco de deslizamentos e desabamentos.No período 2011/2012 o maior volume de chuva foi registrado em dezembro e janeiro, época em que ocorreram 16 das 20 mortes da temporada. As pessoas foram vítimas de enxurradas, desabamento de casas e deslizamento de encostras nas cidades de Além Paraíba (Zona da Mata), Belo Horizonte (Central), Capelinha (Jequitinhonha), Governador Valadares (Rio Doce), Guaraciaba (Zona da Mata), Guidoval (Zona da Mata), Ouro Preto (Central), Ponte Nova (Zona da Mata), Santo Antônio do Rio Abaixo (Central), União de Minas (Triângulo Mineiro) e Visconde do Rio Branco (Zona da Mata).
A meteorologista Anete Ferreira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica o que a evolução da ocorrência teve características distintas de um ano para o outro. "A estação chuvosa do ano passado teve uma transição bem diferente. Em setembro e outubro de 2011, tivemos a entrada de sistemas frontais, quando o céu fica nublado e chove gradualmente. Em novembro, as chuvas ficaram mais frequentes, choveu o volume que se esperava. Dezembro foi bem atípico, formaram-se Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), com transporte de umidade da Amazônia para o Sudeste do Brasil, que se configurou em Minas Gerais. Tivemos dois ou três ZCAS no estado com chuvas abundantes de dezembro a 7 de janeiro. Depois ocorreu um veranico até início de março com temperaturas altas e voltou a chover para encerrar o verão".
Até esta terça-feira, a Defesa Civil confirmou seis mortes por desabamento, seis por raios, oito por enxurradas ou acidentes em leitos de rios e duas por queda de árvore na temporada 2012/2013. O maior volume de chuva foi em novembro, mês em que morreram 10 das 22 vítimas. Foram ocorrências de soterramentos, enxurradas e raios nas cidades de Brumadinho, Santa Luzia, Jaboticatubas, Belo Horizonte, Betim, todas na Região Central, além de Elói Mendes (Sul de Minas) e Teófilo Otoni (Vale do Mucuri).
Segundo a meteorologista do Inmet, na atual temporada, outubro e dezembro foram secos e novembro chuvoso porque atuaram duas ZCAS. Em janeiro, as precipitações estão mais frequentes, sendo que choveu 50% do esperado para todo o mês no Sul de Minas, 40% na Zona da Mata, 30% no Triangulo, 30% na Central, 15% no Rio Doce, 38% no Noroeste, 19% no Norte, 18% no Jequitinhonha, 25% Alto São Francisco.
O chefe do setor de Comunicação Social da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, major Edylan Arruda, afirma que independentemente da quantidade de precipitações, o cuidado das pessoas é tão importante quanto as medidas de prevenção de responsabilidade do poder público. "Não vejo explicação para as mortes por quantidade de chuva, mas sim pela percepção do risco. Muitas mortes podem ser evitadas, outras são fatalidades. As pessoas precisam tomar certos cuidados em relação à força das águas ou às moradias. Toda Defesa Civil tem que estar preparada para o pior", afirma.
Veja no gráfico a distribuição de volume de chuva por região do estado:
Temporada 2011/2012: dezembro de 2011 registou pico de volume mais alto, entre 300 e 400 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 100 e 250
Temporada 2011/2012: dezembro de 2011 registou pico de volume mais alto, entre 100 e 400 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 100 e 350 mm
Temporada 2011/2012: dezembro de 2011 registou pico de volume mais alto, entre 250 e 300 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 300 e 400 mm
Temporada 2011/2012: dezembro de 2011 registou pico de volume mais alto, entre 250 e 500 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 200 e 400 mm
Temporada 2011/2012: dezembro de 2011 registou pico de volume mais alto, entre 50 e 400 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 200 e 400 mm
Temporada 2011/2012: dezembro de 2011 registou pico de volume mais alto, entre 300 e 700 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 150 e 300 mm
Temporada 2011/2012: dezembro de 2011 registou pico de volume mais alto, entre 250 e 400 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 250 e 350 mm
Temporada 2011/2012: janeiro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 300 e 450 mm
Temporada 2012/2013: dezembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 100 e 275 mm
Temporada 2011/2012: janeiro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 200 e 500 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 100 e 300 mm
Temporada 2011/2012: janeiro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 200 e 500 mm
Temporada 2012/2013: novembro de 2012 registou pico de volume mais alto, entre 150 e 350 mm