O BRT Amazonas, segundo o diretor de Planejamento da BHTrans, Célio de Freitas, é tão importante quanto os que já estão sendo executados, mas ficou para depois em função das limitações de orçamentoPelo corredor devem ser transportados 340 mil passageiros por dia, mediante parceria entre o município e o governo do estado, que deverá construir uma estação em Contagem, na Grande BH, provavelmente próximo à Praça da CemigA estimativa é de que 121 linhas passem pela faixa exclusiva para coletivos – 33 delas da capital e 88 da região metropolitanaNos nove quilômetros da Amazonas estão previstas cerca de 20 estações no canteiro central, em locais de grande movimento, como em frente ao Expominas e ao Centro de Educação Tecnológica (Cefet-MG).
O diretor da BHTrans afirma que o projeto é fundamental para o planejamento do trânsito e transporte em BH“Os outros corredores ganharam prioridade por causa da janela de oportunidade, em função do orçamento que se tinha para a Copa do Mundo, mas o BRT Amazonas também é fundamental, porque o sistema vai disciplinar a viaAs estações no canteiro central evitarão que os ônibus façam conversões para embarque e desembarque de passageiros, justamente o que causa redução da velocidadeVai melhorar até para os carros”, afirma.
Célio de Freitas acrescenta que os moradores da região metropolitana terão benefício maior na redução de tempo de viagem“A expectativa é atender principalmente os usuários de Contagem, Betim, Ibirité, Sarzedo, e por isso haverá pelo menos uma estação em Contagem
Especialista em trânsito, o consultor Silvestre Andrade Puty avalia que a Amazonas também merece tratamento especial, mas lembra que a via é uma das mais antigas do país a ter faixa exclusiva para transporte coletivo“Funcionava muito bem para a época, 30 anos atrásA Amazonas é tão importante quanto as outrasA questão é inverter a lógica da mobilidade da cidade e parar de olhar para os veículos, pensando no movimento das pessoas, em dar fluidez a quem precisa”, diz Silvestre
Estudos vão indicar a localização das estações e definir as mudanças no trânsito na Amazonas“Não dá para alargar a via, porque a desapropriação inviabilizaria o projetoHaverá uma faixa exclusiva, mas não segregada, com tachão no asfalto e dispositivos eletrônicos para impedir a entrada de veículos particulares e multá-los, se for o casoTambém teremos que ligar de alguma forma a Avenida Tereza Cristina com a Amazonas”, avalia Célio de FreitasSegundo ele, como nos demais corredores, a passagem será paga antecipadamente e o embarque será no mesmo nível do piso do ônibus.
Já o projeto do BRT para o Anel vai depender da revitalização da via, prevista para 2017
Outro projeto é o corredor que liga a Avenida dos Andradas ao Bairro Belvedere, na Região Centro-SulO trajeto passaria pela nova Via 710 (ligando Andradas e Avenida Cristiano Machado), avenidas Bernardo Vasconcelos, Américo Vespúcio, Tereza Cristina e Barão Homem de Melo“Temos percebido o interesse de bancos de fomento no financiamento do sistema BRTNossa prioridade no transporte público é investir em uma rede estruturante de 220 quilômetros entre BRTs e metrôCom conforto, confiabilidade e velocidade nesses corredores, queremos convidar os motoristas a deixarem seus carros em casa”, afirma o diretor da BHTrans.
Para o consultor Silvestre Andrade, essa última proposta cria articulações para ligar bairros sem passar pelo Centro“Seria um anel intermediário, de contorno da cidadeMas é uma obra complexa, porque depende da construção de dois viadutos, além de um túnel sob o Bairro Padre Eustáquio (Região Noroeste de BH)É uma obra cara, por causa das desapropriações, mas seria um eixo alternativo”, explica“O Anel Rodoviário hoje tem muito movimento por ser a única grande via, além da Avenida do Contorno, que circula a cidade sem passar pelo Centro.”
Expectativa nos pontos de ônibus
Enquanto a Prefeitura de BH projeta a ampliação do BRT, motoristas e pedestres que transitam pela capital estão ansiosos para saber quando as obras já em andamento se transformarão em um sistema mais ágil de transporteA previsão mais recente dá conta de que as operações começariam em dezembro, nos corredores Antônio Carlos/Pedro I e Cristiano MachadoNo entanto, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) só deve terminar as obras na região Central em janeiro do ano que vemIsso pode atrasar o início da operação dos outros corredores.
Depois de sete meses de obras na Avenida Santos Dumont, no Centro de BH, a via foi reaberta para equilibrar a interdição na Avenida ParanáDe acordo com a Sudecap, o quebra-quebra na avenida segue pelo menos até o fim do anoA prefeitura já admite atrasos porque em dezembro, como de costume, os trabalhos ficarão suspensosEm janeiro de 2014, a Santos Dumont voltará a ser interditada para obras, entre as ruas Curitiba e São Paulo, sem prazo para conclusãoO canteiro central da via, inclusive, ainda passará por intervenções para conclusão das estações de transferência.