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Estado de Minas

Falta de coleta de lixo em municípios contribui para aumento da dengue em Minas

Estado já registra mais de 6 mil casos da doença em janeiro. Secretário de Saúde destaca falta de responsabilidade dos gestores municipais durante a transição como um dos fatores que promoveu o crescimento da doença


postado em 18/01/2013 12:31 / atualizado em 18/01/2013 13:00

Alguns prefeitos não renovam os contratos de coleta de lixo, que ficou acumulado nas ruas (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Alguns prefeitos não renovam os contratos de coleta de lixo, que ficou acumulado nas ruas (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)


A falta de coleta de lixo decorrente da transição dos prefeitos em algumas cidades mineiras contribuiu para o aumento expressivo dos casos de dengue em Minas Gerais, segundo o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques. A Secretaria, a Defesa Civil e outros órgãos do governo do estado vão se reunir para discutir como providenciar a coleta de lixo nesses municípios.

Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, ele disse que um dos principais agentes causadores do crescimento da doença é a falta de responsabilidade dos gestores municipais que estavam deixando seus cargos neste ano. “Não tenho nenhum pudor de dizer que a renovação democrática também prejudicou. Infelizmente alguns prefeitos, em função da responsabilidade fiscal ou até negligência mesmo, tiveram descuido com suas equipes de saúde. Vimos em alguns municípios desmontes de equipes de endemias e, principalmente, estamos muito alertas e preocupados com a coleta de resíduos. Muitos municipios sequer mantiveram seus contratos de coleta de resíduos. Eu estive pessoalmente no Vale do Aço e a situação de coleta de resíduos lá é impressionante. Passadas duas ou três semanas de início de gestão ainda é visto toneladas de lixo nas ruas”, explica Marques.

A Região do Vale do Aço é a que concentra a maior parte dos 6.525 casos da doença registrados em janeiro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 5.803. O secretário acredita que este mês pode fechar com mais de 10 mil casos. De acordo com o último balanço da SES, em Ipatinga, foram 1.557 casos notificados, seguida de Timóteo, com 765, e Coronel Fabriciano, com 705. Na sequência, aparece Uberaba, no Triângulo Mineiro, com 348 casos, seguida de Montes Claros (346) e Ibiaí (260), no Norte de Minas.

Outro dado que chama a atenção da SES é o registro de mais casos de dengue do tipo 4, que voltou a circular pelo país em 2011, após 28 anos. Ele não é mais perigoso ou letal que as outras variações e tem os mesmos sintomas dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, febre, diarreia e vômito – assim como o tratamento.

Medidas

O secretário ressalta a importância da população no combate à dengue, com medida simples como cobrir objetos que podem acumular água parada nas casas, limpeza dos lotes, entre outros. “A situação em Minas Gerais é de alerta, não de emergência. Mas é importante que, principalmente, os moradores se conscientizem. Existe um hiato entre conhecimento e ação, as pessoas sabem (as medidas de prevenção) mas não fazem”.

Entre as medidas que a Secretaria de Estado de Saúde está implantando está o teste rápido que permite a detecção de casos dengue. O novo procedimento pode reduzir o tempo de análise de amostras de sangue de três dias para até 20 minutos e está sendo desenvolvida pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais (Hemominas). O teste está sendo levado para as regiões que têm o maior número de casos.


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