“Tô esperando o grito do Noé pra eu entrar na arca (sic)”, ironizou o internauta Rodrigo Silva ao comentar, no Twitter, o temporal que atingiu Belo Horizonte no começo da noite deste domingo. Ao longo do dia o tempo se manteve estável na capital mineira, com sol forte e pouca nebulosidade, e a forte chuva surpreendeu a população.
Rapidamente motoristas relataram pontos de alagamento na capital, como na Avenida Silva Lobo, próximo ao viaduto da Amazonas e na Avenida Pedro II com a Rua Peçanha. Em uma hora de temporal o córrego que corta a Avenida Bernardo Vasconcelos transbordou. Segundo o Corpo de Bombeiros, havia relato de vários veículos submersos na via. Pouco depois, a corporação informou que havia alagamento também na Avenida Cristiano Machado na altura do Bairro São Paulo.
Segundo a BHTrans, às 19h havia risco iminente de alagamento na Avenida Cristiano Machado, altura do Bairro Primeiro de Maio, e na Avenida Francisco Sá, no Prado. Foi emitido alerta vermelho e agentes de trânsito foram enviados ao local. O nível do Ribeirão Arrudas subiu rapidamente e ameaçou transbordar na Avenida Tereza Cristina, na altura do Bairro Calafate, e na Avenida dos Andradas, próximo ao Santa Efigênia.
Por causa dos pontos com princípio de alagamento, o trânsito teve retenções em algumas vias, como no Elevado Castelo Branco. De acordo com a BHTrans, havia muita água na Avenida Pedro II com a entrada para o viaduto, o que obrigou os motoristas a reduzirem muito a velocidade. Alguns hesitaram em enfrentar a enxurrada.
O fotógrafo Erwin Oliveira estava no Prado durante o temporal e registrou imagens da situação na Bairro. "Como de costume, o cruzamento das Avenidas Amazonas com Francisco Sá ficou alagado, com vários veículos se arriscando em meio à enxurrada. O trânsito ficou complicado no cruzamento, com alguns motoristas fazendo retorno irregulares a fim de escapar da área alagada. Várias galerias se inundaram e a pressão arrancou tampas e pedaços do asfalto, como a que fica em frente ao número 3600 da Avenida Amazonas na pista sentido Gameleira", disse. Confira as imagens registradas pelo fotógrafo.
Várias equipes do Corpo de Bombeiros se dividiram para atender às ocorrências de alagamento de vias. Segundo a corporação, não havia relato de vítimas. Uma viatura foi enviada ao Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste da capital, para resgatar uma família que ficou ilhada dentro de casa na Rua São Judas Tadeu. No Bairro Goiânia, Região Nordeste, cerca de 20 pessoas, incluindo crianças, também ficaram ilhadas e foram resgatadas pelos bombeiros, que as levaram para um local seguro. Depois que o nível da água baixou, os militares vistoriaram os imóveis para identificar possíveis danos.
Quedas de árvores também foram registradas na capital. No Bairro São Bernardo, Região Norte, o telhado de uma casa foi danificado por uma árvore de grande porte e outra interditou parcialmente a Rua Perpétuas, no Bairro Lindeia, Região do Barreiro.
De acordo com a Cemig, a chuva não prejudicou o fornecimento de energia elétrica em Belo Horizonte. Podem ter ocorrido blecautes em áreas isoladas, sem afetar muitos consumidores. Já em Contagem, segundo a Companhia, a região do Cidade Industrial e Água Branca ficou no escuro.
Às 19h10 a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil emitiu alerta para a continuidade da chuva. O alerta anterior do órgão foi divulgado no sábado e previa pancadas de chuva com intensidade de moderada a forte até as 8h da manhã de domingo. O órgão esclareceu que só é emitido alerta quando a previsão indica volume de chuva superior a 20mm.
Balanço
Segundo o Corpo de Bombeiros, ao todo foram registrados 22 pontos de alagamentos em Belo Horizonte, 18 quedas de árvores em vias públicas, casas ou fiações elétricas, quatro perigos de desabamento de imóveis e dois de desabamento de barranco e muro de arrimo. Não houve vítimas de ferimentos na cidade;