Jornal Estado de Minas

Incêndio atinge Museu de Ciências Naturais da PUC Minas e ameaça acervo

Funcionária ficou presa no telhado e precisou ser resgatada; universidade diz que fogo destruiu parte relevante do acervo em exposição no segundo andar do prédio

Emerson Campos Daniel Silveira

Grande volume de fumaça negra tomou conta do prédio do museu na PUC Minas - Foto: Ivan Drumond/EM/D.A.Press


Um incêndio de grandes proporções atingiu o Museu de Ciências Naturais da PUC Minas no fim desta terça-feira, no Bairro Coração Eucarístico, Região Noroeste de Belo HorizontePara escapar do fogo, uma funcionária fugiu para a sacada do terceiro andar, onde ficou presa e precisou ser resgatada por rapelDe acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas se espalharam pelo segundo pavimento, onde há algumas peças de exposições fixas e móveis, como quadros e réplicas de animaisPorém, conforme informaram os militares, não foram atingidos escritórios e nem os fósseis de animais que fazem parte do acervo da instituição.

Veja algumas imagens do incêndio no museu

Ainda segundo a corporação, a dimensão da área atingida é de 150m²Funcionários da universidade que acompanharam o trabalho avaliaram que parte importante do acervo foi perdida, informação que foi confirmada mais tarde em nota divulgada pela PUC Minas"Um incêndio destruiu parte relevante do acervo em exposição no 2º andar", informou a instituição que ressaltou que o corpo do gorila Idi Amin e as oito coleções científicas e reservas técnicas não foram afetadasConfira trecho do comunicado:

 

"No 2º andar se encontravam as exposições sobre a vida do paleontólogo e naturalista Peter WLund, sobre a Era Pleistoceno e sobre a Vida no CerradoNão foi atingido o corpo do gorila Idi Amin, que está em processo de taxidermia (empalhamento)O 1º e o 3º andares também não foram atingidos, de acordo com informações do tenente do Corpo de Bombeiros Paulo Henrique FirmeNo 3º andar se encontram as exposições sobre fauna exótica e vida na água e no 1º andar as exposições de répteis e dinossauros e arqueológica
O fogo destruiu réplicas muito admiradas pelos visitantes, mas, felizmente, o acervo das oito coleções científicas e reservas técnicas, que são a base de todo o trabalho do Museu, não foi atingidoA estrutura do prédio também não foi danificada, ainda de acordo com o Corpo de BombeirosO museu está fechado para visitação".


Moradores vizinhos contaram que às 19h ainda havia muita fumaça e que o cheiro de borracha queimada era muito forteDe longe foi possível ver o fogoO jornalista Fábio Saldanha registrou imagens do incêndio:



Após 40 minutos de trabalho, os militares informaram, às 18h52, que as chamas foram controladasA auxiliar de serviços resgatada do telhado, identificada como Rosângela de Jesus Guilherme, de 48 anos, não sofreu ferimentos aparentes, mas foi encaminhada para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII por causa da fumaça que inalou.

História do museu

Criado em 1983, o Museu de Ciências Naturais PUC Minas desenvolve atividades científicas, educativas e culturaisO Museu é um espaço interdisciplinar da universidade que complementa sua extensão de serviços à comunidadeSeu principal objetivo é preservar o patrimônio natural, histórico e cultural do Brasil.

No acervo do Museu encontra-se uma das principais coleções de mamíferos fósseis da América do Sul, além de coleções da fauna brasileira atual de mamíferos, aves, répteis e anfíbios, com especial destaque para as espécies do cerradoA equipe do Museu desenvolve pesquisas nas áreas de paleontologia, zoologia e conservação da natureza.

Confira fotos de parte do acervo do Museu de Ciências Naturais

Pelo Twitter, muitos alunos da PUC Minas lamentaram o incêndio no museu e a destruição de parte do acervo da instituição, pesar que foi compartilhado pelo reitor da universidade, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães"O prejuízo científico foi incalculável", resumiu.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a provável causa do fogo é um curto-circuito nas instalações elétricas do 2º andar
Dom Joaquim Mol disse que trabalhará com parceiros para que o museu seja recuperado.

A jornalista Juliana Sodré, do Portal Uai, também registrou imagens da movimentação na porta do museu durante o rescaldoAssista: