Entre a expectativa por uma obra que promete dar cara nova ao maior polo de moda de Belo Horizonte e o temor de um caos que afetará toda a região central e pode espantar a clientela de butiques, prontaentregas e outras lojas do ramo, como ocorreu durante a reforma da Savassi. Esses sentimentos dividem comerciantes e trabalhadores do Barro Preto, à espera de uma revitalização prometida há muito tempo e que já começa o ano atrasada.
Pelo menos é o que preveem especialistas e comerciantes, já que a intervenção em 20 quarteirões do Barro Preto – com duração prevista de 15 meses –, vai coincidir com o fechamento da Avenida Paraná, também na área central, para as obras de implantação do transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês). Com as duas intervenções, não só as cerca de 300 mil pessoas que circulam diariamente pela região famosa pelo comércio de roupas serão afetadas, mas também o tráfego de toda a cidade.
Alívio no trânsito só deverá ser sentido mesmo no início de 2014, quando está prevista a liberação total das avenidas Paraná e Santos Dumont, com o fim das obras do BRT. Enquanto isso, desvios estão sendo usados na região central, sobrecarregando principalmente o entorno da Praça Raul Soares, avenidas Amazonas e Bias Fortes. Na avaliação do coordenador do Núcleo de Transportes da Escola de Engenharia da UFMG, Ronaldo Guimarães Gouvêa, a prefeitura deveria evitar executar obras simultaneamente em dois corredores tão importantes, movimentados e em regiões tão próximas.
Emergência “Tudo é feito de forma emergencial e concomitantemente”, disse, citando o exemplo dos corredores Antônio Carlos e Cristiano Machado, que passam por obras para implantação do BRT. Segundo ele, são duas importantes avenidas para os deslocamentos da população que mora no Vetor Norte da cidade, afetadas por obras feitas ao mesmo tempo. “Na Paraná e no entorno da Augusto de Lima não será diferente”, prevê.
Para o especialista, a execução de obras ao mesmo tempo obriga a BHTrans a fazer desvios que afetam demais a rotina da população. “Quem sofre as consequências são as pessoas, que demoram mais tempo nos seus deslocamentos diários. A BHTrans está tendo de fazer alguns desvios de tráfego no Centro que são verdadeiros milagres”, avalia.
PROJETO
Custo
R$ 10 milhões
Diretrizes
>> Valorização da imagem de polo de moda
>> Privilégio para o pedestre e o comércio
>> Melhoria da acessibilidade e alargamento de calçadas
>> Redução de conflitos de uso do espaço entre carros e pedestres
Extensão
2,7 quilômetros lineares (20 trechos de rua)
Intervenções
>> Alargamento de calçadas e redução de vagas de estacionamento
>> Tratamento de quatro esquinas com cruzamento elevado
>> Mudança de tráfego apenas na Rua Mato Grosso, que passa a ser rua de acesso local (semelhante a trecho da Rua Carijós, no Centro)