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Estado de Minas

Repúblicas de Ouro Preto devem ficar mais rigorosas na seleção de moradores

Reunião convocada para amanhã pela Ufop vai propor mudanças nas normas de funcionamento das moradias estudantis federais pertencentes à instituição, com seleção dos moradores


postado em 30/01/2013 06:00 / atualizado em 30/01/2013 07:54

(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)

A Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) vai propor mudanças no estatuto das repúblicas estudantis federais pertencentes à instituição. O processo de seleção de novos moradores passaria a dar prioridade necessariamente, a candidatos de renda mais baixa. Atualmente, o estatuto determina que, “sempre que possível”, alunos “mais desfavorecidos economicamente” sejam priorizados, mas permite que cada moradia se baseie em “critérios próprios”. As informações, divulgadas ontem pela assessoria de comunicação da instituição, devem ser detalhadas pelo reitor João Luiz Martins em entrevista coletiva à imprensa marcada para amanhã, às 10h.


As alterações ainda precisariam passar pelo crivo do órgão máximo deliberativo da Ufop, o Conselho Universitário, composto por representantes da reitoria, de unidades acadêmicas, professores, servidores técnico-administrativos, alunos, ex-alunos e comunidade. Segundo a reitoria, as mudanças foram definidas em reuniões com representantes da Associação dos Moradores de Repúblicas Federais de Ouro Preto (Refop) e da Associação das Repúblicas Reunidas de Ouro Preto (Arrop), integrada por moradias particulares. Martins deve recomendar também alterações no estatuto da instituição, para intensificar a atuação da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace) na resolução de conflitos envolvendo estudantes, inclusive aqueles ocorridos em repúblicas ou outros locais fora do ambiente acadêmico.

O presidente da Refop, Luiz Philippe Albuquerque, não foi encontrado pelo EM para comentar as propostas, anunciadas pouco mais de dois meses depois da morte do estudante da Ufop Pedro Silva Vieira, de 25 anos. Na manhã de 30 de novembro, o rapaz foi encontrado sem vida na república mandida pela Ufop Saudade da Mamãe. Segundo a Polícia Civil, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) que deve apontar a causa do óbito ainda não foi concluído, mas moradores da mesma república contaram que Pedro havia consumido bebidas alcoólicas em excesso na noite anterior e engasgado com o próprio vômito durante a madrugada.

Na manhã de 27 de outubro, outro aluno, Daniel Macário de Melo Júnior, de 27, também foi achado morto, na república particular Nóis é Nóis. O laudo do IML revelou que Daniel tinha taxa de 70,1 decigramas de álcool por litro de sangue, quase 12 vezes mais que o índice considerado embriaguez para questões de trânsito, que é de 6 decigramas/litro. Os dois jovens eram calouros. No mês passado, matéria do EM mostrou que o processo de seleção de algumas repúblicas particulares e federais inclui humilhações e o estímulo frequente à ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.

SINDICÂNCIA Amanhã, o reitor da Ufop deve divulgar os resultados da comissão de sindicância criada em dezembro para apurar as circunstâncias da morte de Pedro Silva Vieira. A comissão é composta por representantes da reitoria, da Prace, a Pró-Reitoria de Administração e de pais e alunos. Martins vai explicar também quem vai integrar e como vai funcionar o Conselho Consultivo Permanente, formado por pais e responsáveis por alunos da Ufop. O objetivo do grupo é ajudar os jovens a lidar com a ingestão de bebidas alcoólicas, o uso de outras drogas, a rotina em repúblicas e outras questões vividas por eles no dia a dia. O reitor deve ainda revelar detalhes da campanha permanente “Avalie seu consumo”, que começaria no carnaval e buscaria conscientizar os estudantes sobre as consequências do uso de álcool e outras substâncias entorpecentes.

MODALIDADES DIFERENTES

Repúblicas federais são os imóveis que a Ufop cede aos alunos para a moradia estudantil. Em Ouro Preto são 58 unidades. Elas se localizam no entorno do Câmpus Morro do Cruzeiro e espalhadas pelo Centro Histórico da cidade. Às moradias é assegurada a autogestão, em que cada casa tem seu regimento interno. Assim sendo, cada uma tem um critério de seleção próprio que dura três meses, e no qual é avaliado o espírito de solidariedade e senso de comunidade. As particulares são as em que alunos se reúnem e alugam um imóvel e dividem as despesas.
 

 


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