Três membros da torcida organizada respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e formação de quadrilha e outros três apenas por esse último crimeEles são acusados de envolvimento na morte do cruzeirense Otávio Fernandes, de 19 anos, espancado em frente a um ginásio na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte
A sessão começou por volta de 9h com depoimento de MacaléEle disse que em 26 anos de torcida organizada já participou de muitas brigas, mas nenhuma foi combinadaInformou que não conhecia Otávio e as outras vítimas de agressão naquele dia e ainda negou que tenha brigadoNa época, Macalé era diretor da torcida e foi questionado pelo promotor Francisco Santiago se não poderia ter evitado a confusãoO réu respondeu que não tinha autoridade para isso e precisava se protegerA estratégia da acusação é mostrar que Macalé era um torcedor brigão e teve problemas com a polícia
Quando chegou a vez do advogado de defesa Dino Miraglia Filho fazer as perguntas ao réu, houve uma confusão no 2º Tribunal do Fórum LafayetteO juiz questionou a forma como o advogado fez uma pergunta e o clima esquentou levando o magistrado a suspender a audiência por cinco minutos
O réu Eduardo Douglas, o segundo a prestar depoimento, declarou que não brigou no dia do crime, mas que já se envolveu em vários confrontos de torcidaEm poucos minutos, ele foi liberado pelo juiz sem interrogatório
O réu João Paulo, terceiro convocado, confessou ter chutado Otávio na Avenida Nossa Senhora do Carmo, mas disse que não se envolveu em briga com outros rivaisO acusado viu fotos do rapaz espancado, mostradas pelo promotor, e se reconheceu nas imagens como um dos agressoresO acusado achou que o cruzeirense tinha acabado de cair e não viu que a vítima sangravaO advogado do réu tentou provar que João Paulo é uma boa pessoa, participa de ações sociais, doa sangue e é da paz
O quarto réu a ser ouvido foi Josermar, com depoimento rápidoDepois dele entrou o Vinicim, diretor da caravana da torcida há 13 anos
Vinicim pratica artes marciais e disse que brigou naquela ocasião para se defenderEle afirmou que no encontro de torcidas sempre há brigas, as confusões são inevitáveisO réu ainda disse que se entregou à polícia porque é inocente e faz muitas ações sociais com a GaloucuraComo professor de muay thai, afirmou que nunca agrediria um homem caído
O último réu a enfrentar o interrogatório foi Windsor, que é diretor administrativo da academia da torcida e dá aulas como personal trainerEle faz parte da Galoucura há 17 anos e se defendeu dizendo que não brigou no dia da morte de Otávio e foi embora no meio da confusão Windsor estava respondendo ao processo em liberdade, mas foi preso semana passado por tráfico drogas, crime que ele também nega.
Após os interrogatórios, o juiz suspendeu a sessão para intervalo e às 13h50 vai começar a fase de debates entre promotoria e defesaEm seguida vem o voto dos jurados e a sentença