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Estado de Minas

Assistente de acusação pede absolvição de dois réus da Galoucura por um dos crimes

Declaração do advogado que defende uma das vítimas da agressão no dia em que jovem cruzeirense for morto surpreendeu o plenário e deixou promotor decepcionado


postado em 31/01/2013 19:45 / atualizado em 31/01/2013 19:59



O debate entre acusação e defesa no julgamento de seis dos 12 integrantes da galoucura acusados de participação na morte de um torcedor cruzeirense começou com polêmica na tarde desta quinta-feira. Depois de o promotor Francisco Santiago buscar provar aos jurados que os réus são culpados pelos crimes aos quais respondem, o advogado Zanone de Oliveira Júnior, assistente de acusação, pediu ao júri que inocente dois dos réus pela tentativa de homicídio de Rodrigo Marques de Oliveira, o Beré, torcedor do Cruzeiro que também foi agredido na mesma ocasiação em que Otávio Fernandes foi morto. Zanone, que defende Beré, alegou que não há provas suficientes contra Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o Vinicin, e Cláudio Henrique Sousa Araújo, o Macalé.

O advogado disse que não poderia pedir aos jurados para condenar inocentes. Afirmou que nem as testemunhas nem as imagens que foram anexadas ao processo comprovam que Vinicin e Macalé tenham agredido Beré. Ele criticou o trabalho do delegado Breno Pardini, que presidiu o inquérito policial, ao falar da falta de provas. No entanto, enfatizou que mantém o pedido de acusação de ambos pelos crimes de formação de quadrilha e homicídio qualificado.

Fora do plenário, o promotor Francisco Santiago declarou aos jornalistas que se sentiu decepcionado e traído pelo profissional que deveria ajudá-lo na acusação. Porém, reforçou que ainda espera a condenação de todos, mas não adiantou se pediria a réplica no debate.

Advogado Zanone de Oliveira defende uma vítima da agressão e é assistente de acusação no caso(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Advogado Zanone de Oliveira defende uma vítima da agressão e é assistente de acusação no caso (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
A fala de Zanone serviu para o advogado que defende os réus, Dino Miraglia, reforçar sua defesa. O defensor começou a falar ao júri por volta das 17h e destacou que não há elementos que comprovem que aqueles seis homens que estão sendo julgados sejam culpados. Criticou severamente a atuação do delegado Breno Pardini, que ao prestar depoimento no primeiro dia de júri admitiu que não esteve no local do crime para realizar perícia na mesma noite e que não assistiu aos vídeos gravados pelo circuito de vigilância dos prédios vizinhos à cena do crime.

Miraglia lembrou aos jurados que o réu João Paulo Celestino Souza, o grilo, confessou ter chutado as costelas de Otávio, mas foi enfático em dizer que isso não o responsabiliza pela morte do torcedor. Destacou ainda que não concorda com a acusação pelo crime de formação de quadrilha. Ele declarou que o grupo não se reuniu para cometer nenhum crime, mas para assistir a uma luta esportiva.

Depois de concluída a defesa, o promotor não quis solicitar a réplica, que, automaticamente, concederia aos defensores a tréplica, estendendo o julgamento em pelo menos mais cinco horas. Terminado o debate, o conselho de sentença, formado por quatro homens e três mulheres, saiu do plenário para se reunir e votar pela condenação ou absolvição de cada um dos seis réus. Com base no voto dos jurados, o juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes irá estabelecer a sentença.

Vinicin, Macalé e Grilo respondem pelo homicídio triplamente qualificado de Otávio Fernandes, formação de quadrilha e tentativa de homicídio contra o outro torcedor. Já os réus Eduardo Douglas Ribeiro de Jesus, Josimar Júnior de Sousa Barros e Windsor Luciano Duarte Serafim. Os três respondem apenas por formação de quadrilha. Todos os réus foram interrogados na manhã desta quinta-feira e, à excessão de grilo, todos negaram agressões.

Relembre

Otávio foi brutalmente espancado, com chutes, socos, pedaços de pau e até cavaletes, na noite de 27 de novembro de 2010. Ele havia acabado de sair do Chevrolet Hall, onde foi promovido um campeonato de MMA. As imagens da agressão foram registradas pelas câmeras de vigilância do shopping vizinho. Foi com base neste vídeo que o Ministério Público ofereceu à Justiça denúncia contra os seis integrantes da Galoucura. Além de Otávio, que morreu no local, outros três tocedores do Cruzeiro foram agradidos e sofreram ferimentos graves.

Veja o vídeo da agressão


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