Pelo menos 18 casas de shows e de festas de Montes Claros estão em situação irregular, sem cumprir as regras de segurança exigidas pelo Corpo de Bombeiros ou com alvará de funcionamento da prefeitura vencido. Diante do trabalho iniciado pela força-tarefa formada na cidade para intensificar a fiscalização das casas noturnas, de imediato, 10 estabelecimentos serão fechados temporariamente, até que consigam se adequar às normas. Pelo interior de Minas, outras cidades estão apertando o cerco para descobrir lugares que funcionam sem os requisitos mínimos de segurança.
Entre os espaços que serão fechados temporariamente em Montes Claros está a Boate Madre, uma das mais conhecidas da cidade, localizada na Avenida Sanitária – ponto movimentado da vida noturna local. Ela funciona com outra casa noturna famosa na região, a Mr. Pub, que também terá a atividade suspensa temporariamente.
A decisão de fechar as casas foi tomada pelos próprios donos e representantes dos estabelecimentos, durante reunião com os integrantes da força-tarefa. O grupo é constituído por representantes dos diversos órgãos fiscalizadores da prefeitura e do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.
Da lista, somente uma, a Portal de Eventos, comprovou situação regularizada. A Novo Skalla foi vistoriada pelo Corpo de Bombeiros, que verificou cumprimento das normas de segurança. A casa, porém, ainda tem pendências burocráticas em relação ao alvará. O proprietário da Novo Skalla, Volmir Rosa Maciel, solicitou à prefeitura um esforço concentrado, visando a regularização em 24 horas.
Outros sete estabelecimentos, entre eles o Automóvel Clube, o mais tradicional da cidade, não cumprem as normas de segurança ou estão com o alvará vencido. Mas seus representantes alegaram que mesmo assim vão permanecer funcionando, se comprometendo a adotar providências para se adequar às normas. Ontem à tarde, seria entregue um relatório ao Ministério Público Estadual, que vai determinar se as casas de shows terão ou não prazo para se adequar às exigências de segurança.
“Queremos cumprir todas as normas de segurança. Mas não há como interromper o funcionamento, pois temos despesas com os salários dos empregados e contas para pagar”, alegou Carlos Fachini, dono da Mansão, que ainda não conseguiu se adequar às exigências. Já o empresário Roque Miranda, da Boate Madre, reclamou que a grande dificuldade é a compra da barra antipânico e das luminárias de sinalização em caso de emergência. “A barra só é produzida por um fornecedor de São Paulo e é vendida sob encomenda. As luminárias de sinalização somente são encontradas no Paraná”, informou.
A fiscalização de casas de shows também está acontecendo em outras cidades pelo interior do estado. Em Pouso Alegre, no Sul de Minas, quatro boates já foram fechadas e durante a próxima semana o trabalho dos fiscais continuará, sendo estendido também para bares e restaurantes. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, uma casa de eventos foi fechada por não atender as exigências de segurança.