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Estado de Minas

Treinamento para combater incêndio está ao alcance de todos


postado em 04/02/2013 06:00 / atualizado em 04/02/2013 08:33

Junia Oliveira

Estar apto a pensar rápido e a tomar providências para combater o fogo exige minucioso treinamento teórico e prático. O curso para a formação de brigadas de incêndio ensina de usar o hidrante e desenrolar mangueiras a primeiros socorros e controlar o pânico. A obrigatoriedade de montar essa equipe e a quantidade de pessoas envolvidas variam, dependendo do tipo de empreendimento a ser protegido, da área do estabelecimento e até mesmo do número de pavimentos.

Uma exigência é comum: os brigadistas devem estar permanentemente no local e conhecê-lo bem. Por isso, nada melhor que os próprios funcionários para compor essas equipes. O curso tem carga horária mínima de 12 horas e pelo menos oito de aulas práticas. O treinamento deve ser renovado, no máximo, a cada dois anos. As brigadas são obrigatórias, por exemplo, em boates e casas de shows com área superior a 750 metros quadrados. Nesse caso, todos os empregados devem passar por treinamento.

Ordem O tenente Fellipe Augusto Maciel, do Corpo de Bombeiros, comanda a maior brigada de incêndio do país, com 1,6 mil voluntários, que funciona na Cidade Administrativa. Ele diz que equipes assim são fundamentais para estabelecer a ordem. “O grupo está apto a indicar por onde as pessoas devem sair e a acionar os órgãos competentes. Temos que aproveitar o clamor social causado pela tragédia gaúcha para divulgar a necessidade das brigadas. Atualmente, o brasileiro conhece a saída de emergência apenas quando vai ao cinema”, adverte.

Para montar o curso, devem-se procurar profissionais habilitados. São eles: empresas com pessoal formado em técnicas de segurança do trabalho, devidamente registrado no conselho regional competente ou no Ministério do Trabalho; militares das Forças Armadas, das PMs ou dos corpos de bombeiros com ensino médio e especialização em prevenção e combate a incêndio (carga horária mínima de 60 horas/aula) e emergências médicas (carga mínima de 40 horas/aula).

(foto: ARTE EM)
(foto: ARTE EM)
O módulo teórico inclui primeiros socorros e noções de combate a incêndio. Aprende-se a usar diferentes tipos de extintores e a lidar com locais fechados tomados pela fumaça. “No caso da Cidade Administrativa, fazemos um labirinto e queimamos mato para simular carga de fumaça em ambiente confinado. Ali, as pessoas têm o primeiro contato com o tumulto e o pânico, trabalhamos o lado psicológico do brigadista”, explica o tenente Maciel.

Nas aulas práticas, futuros brigadistas aprendem a usar hidrantes e experimentam simulações de incêndio em apartamentos, com vítimas. “Brasileiro não trabalha com prevenção, pois acha que nunca vai ocorrer algo com ele. A pessoa deixa de instalar o extintor porque diz que vai ficar feio. Beleza e ornamentação passam por cima da segurança. Em outros países, isso está na cultura, a pessoa cresce com a mentalidade de prevenção. O sinistro é um monstro adormecido. Se você não se prevenir, ele pode acordar a qualquer momento”, conclui Fellipe Maciel.


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