O corpo da empresária argentina Maria Silvina Valéria Perotti, de 33 anos, foi enterrado no início da tarde desta segunda-feira no Cemitério da Paz. A mulher, que estava grávida, foi assassinada no dia 10 de fevereiro com dois tiros, no Bairro Calafate, Região Oeste de Belo Horizonte. Emocionados, a mãe dela, Sílvia Vergara, e o pai acompanharam toda a cerimônia, que contou com presença de cerca de 30 pessoas, entre familiares e amigos.
A mãe de Valéria afirmou que acredita na punição do autor do crime e, junto com os outros presentes, pedia justiça. “Confio na Justiça brasileira para encontrar o assassino de minha filha. Desejo que ele vá parar atrás das grades”, afirmou, sem citar o nome do técnico em eletrônica José Antônio Mendes de Jesus, de 32 anos, marido da vítima, que chegou a ser indiciado e preso pela polícia.
A mãe da vítima pretende ficar no Brasil até que o neto, Mateus Santiago, que está internado no Hospital João XXIII, melhore. Ela chegou a visitar o garoto. “Segurei a mão dele e ele abriu os olhos. Ele está lutando pela vida e sei que vai conseguir, pois a Valéria está cuidando dele”, disse emocionada. A avó pretende lutar pela guarda do menino e, para isso, já contratou um advogado.
O principal suspeito do crime é o marido de Valéria. José Antônio chegou a ser preso e indiciado, porém, foi solto depois que a Justiça não encontrou provas suficientes para deixá-lo na cadeia. A delegada da Homicídios Elenice Batista afirmou ter ratificado a prisão em flagrante do suspeito com base em depoimentos de testemunhas, mas o juiz Carlos Roberto Loyola entendeu que a prisão do suspeito não tem fundamento em provas.
Segundo a polícia, no dia do crime, Valeria e José Antônio saíram de casa no Bairro Nova Gameleira, para fazer compras. Na Rua Monte Simplon, no Bairro Prado, duas pessoas, uma delas uma subtenente da Polícia Militar, viram o momento em que o motorista do carro segurou Valeria pelo pescoço e a atingiu com dois tiros. Em seguida, ele jogou o corpo para fora do carro e fugiu.
Já na região de Contagem, José Antônio ligou para a Polícia Militar, disse que havia sido assaltado por dois homens e que os ladrões haviam matado sua mulher. A PM foi até o local onde José estava, viu que ele estava com as roupas sujas de sangue e achou que a versão apresentada por ele, de que havia sido aprisionado no porta-malas do carro, era mentirosa. O compartimento estava cheio de ferramentas e não cabia um homem. As testemunhas o reconheceram como o autor do crime.
A grávida chegou a ser socorrida para o Hospital João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos. Um parto emergencial foi feito pelos médicos da unidade de saúde, que salvaram o bebê.