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Estado de Minas

Saiba quais são as doenças de bichos que afetam seres humanos e previna-se

Ter cão, gato ou pássaro em casa exige cuidados com patologias animais que são transmitidas para o ser humano. Medidas simples de higiene são fundamentais para manter sua saúde e a de seu pet de estimação em dia


postado em 20/02/2013 09:00 / atualizado em 20/02/2013 09:24

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press. 17/01/2011)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press. 17/01/2011)

Companheiros inseparáveis e praticamente membros da família, os animais de estimação exigem atenção especial quando o assunto é saúde. O contato cada vez mais próximo com os humanos tem facilitado a transmissão de uma série de doenças que podem ser nocivas a adultos, mas principalmente a crianças, idosos e pessoas com doenças imunodeficientes, como a Aids. Dados da Organização Mundial da Saúde confirmam que na última década 75% das novas enfermidades que afetaram a saúde humana foram causadas por patógenos de origem animal. Leia-se também cães, gatos, pássaros e roedores.

Em geral, os vetores de transmissão estão presentes nas fezes dos bichos, como no caso da toxoplasmose, bicho geográfico e psitacose, conhecida como febre do papagaio (Veja quadro). “A toxoplasmose, por exemplo, é transmitida principalmente pelos filhotes de gatos. Isso porque eles ainda não têm imunidade suficiente para combater o protozoário e acabam eliminando mais cistos nas fezes”, explica o diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Marcos Antônio Cyrillo. Por isso, nesta fase, os cuidados com o manejo do animal devem ser redobrados.

A principal forma de transmissão da doença do gato ocorre a partir da inalação dos cistos do protozoário ou consumo direto por meio de alimentos contaminados. A maneira mais simples de combater a zoonose é mantendo o ambiente limpo e adotando alguns cuidados básicos no recolhimento das fezes. Depois de manipular a caixa de areia do felino, por exemplo, é fundamental lavar bem as mãos. “Também é aconselhável usar luvas para manusear a areia higiênica”, aconselha o chefe da fiscalização do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV), Messias Lôbo.

Visitas frequentes ao veterinário também estão entre as indicações. “Como o gato contaminado é, na grande parte das vezes, assintomático, é preciso fazer exames periódicos de fezes”, afirma Messias. Para os bichinhos que vivem em apartamento, sem contato com a terra, uma vez por ano já é suficiente. “Caso contrário, é preciso fazer de seis em seis meses”, afirma. Qualquer anormalidade no comportamento do animal também requer atenção de um profissional.

Apesar de ser conhecida como doença do gato, a toxoplasmose também pode ser transmitida por cães. Mas é no bicho geográfico que recai a maior preocupação em relação aos melhores amigos do homem. Especialmente neste período do ano, quando as famílias lotam as praias para aproveitar o verão. “A larva do bicho geográfico fica na região e penetra a pele quando ocorre o contato. Evitar que o cachorro faça suas necessidades na areia é uma das melhores formas de prevenção”, lembra Messias. Mas se não tiver outra alternativa, os bons modos pedem que tudo seja devidamente recolhido. “Mais do que uma questão de higiene, é também uma questão de saúde pública”, alerta o chefe da fiscalização do CRMV.
Além das patologias mais comuns, uma série de vermes também podem ser contraídos em contato com o melhor amigo. “Giárdias e amebas que vivem no intestino do cachorro, por exemplo, podem ser transmitidas”, lembra Marcos Antônio.

CUIDADOS
Manter as unhas dos animais bem cortadas, a carteira de vacinação em dia e o rigor na tosa estão entre as práticas mais aconselháveis para garantir a saúde da família. “Quando o animal está tosado, fica mais fácil controlar carrapatos e pulgas e manter a higiene”, observa Marcos Antônio. E ainda reduz a presença de bactérias. Ele aconselha ainda que as pessoas evitem contato extremo com os bichos de estimação, por mais difícil que possa parecer. “O ideal é não dormir com o animal, não beijar, não dar comida para ele do seu prato. Tratá-lo realmente como animal”, orienta o diretor da SBI. Em relação aos pássaros, as gaiolas devem ser mantidas sempre limpas e em local arejado.

MALES MAIS COMUNS

CACHORRO


Raiva
É transmitida ao homem por meio da mordida do animal. Os sintomas incluem dores, náuseas, vômitos e mal-estar. Na fase mais desenvolvida da doença, surgem espasmos musculares intensos da faringe e laringe com dores fortes na deglutição, além da alteração de comportamento. Para evitar que a doença se propague, basta realizar a vacinação regularmente.

Pulgas e carrapatos

São parasitas que estão presentes em vários animais. Eles causam coceira insistente, pele avermelhada e pequenas lesões, e se não forem tratados, podem também causar doenças. Inspecione a pelagem do animal constantemente, faça a tosa e, se for necessário, use remédios ou xampus específicos.

Sarna
É uma doença parasitária de pele, bastante contagiosa e que causa coceira. Pode ser transmitida aos animais ou ao homem pelo contato com o parasita transmissor, o ácaro. Para não correr riscos de contrair a doença, colabore com a higiene do animal e o mantenha longe de animais infectados.

Brucelose
Doença infecciosa que nos humanos apresenta sintomas parecidos aos da gripe, mas para os cães pode ser mortal. É transmitida pelo acasalamento dos animais ou pelo contato com filhotes ou placenta contaminados. Para prevenir, faça o teste de brucelose nos animais antes do acasalamento e use luvas descartáveis se for ajudar no parto.


GATOS
Além da raiva e sarna os felinos também podem transmitir:

Toxoplasmose
Conhecida popularmente como doença do gato. É transmitida ao homem por meio da ingestão de cistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados. Pode causar febre, dores nos músculos e articulações, cansaço, dores de cabeça e alterações visuais. Para evitar a doença, não entre em contato direto com as fezes do gato.

Bicho geográfico
A transmissão da Larva migrans é feita no contato da pele com uma área contaminada pelo parasita, por exemplo, a areia da praia, causando coceira intensa. Para prevenir, não permita que os animais evacuem em praias e parques. Também é importante mantê-los em boas condições de higiene. O dignóstico por meio de exames de fezes periódicos também é aconselhável. Os gatos têm o hábito de fazer suas necessidades na areia, um local perfeito para a propagação do bicho geográfico. Também pode ser transmitido por cães.

AVES
COMO PAPAGAIOS, CALOPSITAS E PERIQUITOS


Psitacose
Mais conhecida como febre do papagaio é causada por uma bactéria que pode ser transmitida por secreções das aves. A contaminação pode ocorrer ao se respirar perto das fezes secas dos animais ou quando se entra em contato com a saliva do bicho. Embora a infecção em humanos seja normalmente branda, pode ser potencialmente perigosa para pessoas com o sistema imune comprometido, doentes, idosos e crianças. Sintomas persistentes e semelhantes a um resfriado, tais como febre, calafrios, dores de cabeça, fraqueza, fadiga e sinais de doença respiratória podem ser observados.

Criptococose
Micose causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, que está presente principalmente em solos contaminados por excremento de aves. Pode também ser transmitido por outros animais domésticos, como o gato e cachorro. O contágio ocorre quando o fungo é inalado, o que acaba resultando em uma infecção primária do sistema respiratório.

ROEDORES E RÉPTEIS

Salmonelose
Alguns animais são portadores da bactéria Salmonella e podem transmiti-la ao homem pelo contato direto ou indireto com fezes, urina e saliva. Causa diarréia intensa, febre, cólicas intestinais e outros sintomas abdominais, podendo evoluir para desidratação, septicemia e meningite, necessitando hospitalização.


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