Sem folhas, eles parecem esqueletos à espera de salvaçãoO destino dos fícus infestados por uma praga que lhes tirou o verde e a exuberância será ditado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do municípioComo as árvores são protegidas, o órgão vai analisar o relatório sobre o comprometimento pela mosca-branca-dos-fícus e definir o futuro dos exemplaresEquipe técnica formada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e a Regional Centro-Sul prepara relatório com a situação das 53 árvores doentes da Avenida Bernardo Monteiro, no Bairro Santa EfigêniaMas, além delas, há cerca de 50 fícus ameaçados em Belo Horizonte, na Avenida Barbacena, no Bairro Barro Preto, e na Praça da Igreja da Boa Viagem, Bairro Funcionários, onde a falta de informação cria ambiente fértil para a especulação
Nessa quinta-feira, uma equipe da prefeitura voltou à Avenida Bernardo Monteiro para fazer novo diagnóstico de cada exemplar, com a coleta de informações e o registro fotográfico“O objetivo será discutir qual a intervenção necessária em cada árvore quanto a podas e supressõesO relatório será submetido à análise do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural”, afirma a técnica da SMMA Cássia LafetáO órgão é formado por integrantes do poder público e sociedade civilA prefeitura não informou quando o relatório será concluído.
Os técnicos não definiram a aplicação de um inseticida fabricado no Rio Grande do Sul e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)O poder de devastação da milimétrica mosca-branca-dos-fícus, sugadora, foi identificado a princípio na Avenida Bernardo Monteiro, onde, para combater a ação da praga, a prefeitura podou de forma radical o corredor verde que era a marca do local
Vizinhos lamentam
Na Avenida Barbacena, a maior parte dos 44 fícus apresenta troncos descascadosAté os pardais abandonaram a regiãoPor toda parte estão as responsáveis pelo estrago: as milimétricas moscas-brancasO quadro levanta especulações e desconfiança nos frequentadores e comerciantes do corredor verde“Querem tirar as árvores para alargar a avenida”, diz Luiz Fernando dos Santos, de 46 anos, desde 1986 com loja na Barbacena.
O mecânico José Geraldo de Oliveira, que tem uma oficina no quarteirão das árvores ameaçadas, acha que os fícus serão retirados“A árvore está praticamente mortaMorro de medo de ela cair sobre o meu negócioNa PBH já me disseram que os frícus serão cortados para a Copa do Mundo, para a revitalização do Barro Preto”, afirmaA PBH negou as informações e ressaltou que que o projeto para o bairro, previsto para começar neste semestre, não contempla a Avenida Barbacena.
Entre uma versão e outra, Milton Botelho, de 57, cabeleireiro da região, se intriga com o fato de uma mosca tão pequena poder matar um gigante verde“As copas eram todas fechadas e agora ficou este ‘trem’ feio”, lamenta