A rebelião começou por volta de 9h de quinta-feira e detentos liberaram os reféns na sexta-feira, por volta das 16h, depois que a Seds prometeu atender à principal exigência de liberação: a visita das grávidas A Corregedoria do Sistema Prisional via começar a ouvir os envolvidos no motim, mas as oitivas ainda não ocorreram neste sábadoOs rebelados queriam também garantias de que sua integridade física seria preservada e de que nenhum deles seria transferido para presídios federais ou para a Penitenciária de Francisco Sá, no Norte de Minas
O acordo chegou a ser fechado na tarde de quinta-feira, mas os presos voltaram atrás, reclamaram de maus- tratos e pediram a saída do atual diretor, Luiz Carlos Danunzio, o que gerou um impasse no início da madrugadaOs rebelados ameaçavam manter o motim até segunda-feira, mas as negociações foram retomadas na manhã de ontemDepois da liberação dos reféns – um agente penitenciário e uma professora –, cães farejadores e policiais militares fizeram uma rigorosa vistoria nas alas do pavilhão
A ameaça à visita de domingo foi um argumento importante dos negociadores para pôr fim ao motim
Pela manhã, os rebelados haviam colocado fogo em madeira retirada do telhado e em pedaços de colchões, jogando-os pelas janelas das celasPara ter certeza sobre o estado do agente e da professora, os negociadores pediram que os reféns fossem levados ao pátio da unidadeUm helicóptero sobrevoou o presídio e foram feitas imagens das vítimas, confirmando que elas não haviam sido agredidasNos demais pavilhões, os detentos permaneceram recolhidos nas celasSegundo o subsecretário de Administração Penitenciária, Murilo Andrade, a corregedoria vai avaliar também a punição para os envolvidos na rebelião.
O juiz da Vara de Execução Penal de Contagem, Wagner Cavalieri, disse que os processos dos presos estão em dia e que algumas pendências serão avaliadasEle negou que haja superlotação no presídio, ressaltando que há dois meses assinou portaria limitando a 2 mil o número de presos na Nelson Hungria, que teria hoje cerca de 1,9 mil internos“O maior direito que está sendo lesado é o dos reféns”, reforçou o magistradoCavaliere anunciou que a corregedoria vai apurar se Daniel Cypriano, de 29 anos, articulou o movimento ou se foi só o interlocutor
Segundo a Seds, um processo administrativo vai investigar como os presos tiveram acesso a celularesAs antenas do sistema que bloqueia o sinal de telefonia devem ser instaladas só no fim do ano, porque o processo licitatório ainda está em andamentoA mudança na rotina das visitas das gestantes – que deu origem ao motim – se deu justamente pela suspeita de que algumas estivessem entrando com celulares e drogas, uma vez que não passam por raio X, por questões médicas