O rápido avanço do número de casos registrados em Belo Horizonte na última semana já preocupa moradores e tem deixado os agentes de combate a endemias em estado de alerta. Mas ainda assim, não é difícil encontrar verdadeiros criadouros do mosquito Aedes aegypti espalhados pela cidade. A equipe do Estado de Minas percorreu ontem bairros das regionais Oeste e Pampulha e se deparou com pontos de descarte inadequado de lixo, água acumulada em objetos ao ar livre, terrenos sujos e larvas do inseto transmissor da dengue se proliferando em quintais. Age ntes dos centros de zoonoses das regionais estão preocupados com o aumento vertiginoso de casos no início do ano e apontam a falta de cuidado da população como uma das principais causas para o crescimento no número de doentes.
Outro local no Betânia também é motivo de preocupação. Um lote de uma empresa localizado na esquina das ruas Emília Alves do Vale e Minervina Eugênia de Souza é usado por moradores como depósito de lixo e dá trabalho à equipe de combate a endemias. Dentro do terreno, garrafas, copos descartáveis e restos de móveis velhos são despejados às margens da cerca. O acúmulo de água nos objetos preocupa a doméstica Carla Rosiléia Silva, que vive no bairro e já contraiu a doença há três anos. “Eles jogam de tudo lá dentro. Até sofá já foi encontrado lá”, observou.
Pampulha
Na Pampulha, Norte da capital, região com maior número de casos registrados em BH, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, não há grande quantidade de loteamentos com risco de abrigar as larvas do mosquito. O perigo, de acordo com o gerente de Controle de Zoonoses da Regional Pampulha, está dentro das casas. “Entre os bairros com mais problemas estão o Santa Terezinha, Urca, Jaraguá, Liberdade e Santa Amélia”, disse Cristiano Fernandes da Costa, que reforçou o pedido para que os moradores evitem o acúmulo de água em pneus, garrafas PET e vasos de planta e aponta caixas-d’água e calhas como locais propícios à proliferação do mosquito. “A população transfere totalmente a responsabilidade do combate aos agentes de controle de endemias. Os moradores têm de fazer a sua parte”, disse.