O clima no zoológico de Belo Horizonte voltou a ficar triste. Foi encontrada morta, na manhã deste sábado, a gorila Kifta, que veio da Inglaterra, em agosto de 2011, junto com outra fêmea para fazer companhia para o solitário Idi Amin, que morreu em março do ano passado por insuficiência renal crônica, associada a poliartrite crônica ativa-bacteriana.
De acordo com a Fundação Zoo-Botânica, a gorila morreu por edema pulmonar agudo e colite hemorrágica difusa grave (infecção intestinal). A fêmea vinha passando mal desde 25 de fevereiro, com indisposição intestinal e se alimentava menos que o normal. Ela chegou a apresentar sinal de ligeira apatia. Em 28 de fevereiro, foi mantida em um ambiente separado de Imbi, sua companheira. E na manhã deste sábado, foi encontrada morta. Outros exames laboratoriais complementares serão realizados e o relatório final deverá ficar pronto dentro de 30 dias.
De acordo com Carlyle Coelho, diretor do zoológico, a associação europeia de zoológicos será informada do ocorrido e será feita uma avaliação para decidir se vai manter o projeto de trazer outros gorilas para Belo Horizonte. Também informou que o comunicado tambpem vai definir qual será o destino do corpo.
Kifta chegou a Belo Horizonte junto com Imbi, trazidas da Inglaterra, para fazer companhia ao gorila que era a principal atração do zoológico. A intenção dos veterinários era de gerar herdeiros para o único representante da espécie que vivia em cativeiro na América do Sul. As fêmeas viveram com o gorila por sete meses e ficaram ao lado do macho nos últimos dias de vida dele.
Funcionários e visitantes do zoológico estão preocupados com a situação do local. “Cheguei hoje no zoológico e fiquei triste e assustado com que vi. Conversei com pessoas que trabalham aqui há mais de 20 anos e dizem que neste tempo apenas um leão havia morrido. Só que de um tempo para cá, vários outros animais morreram. Os funcionários contaram que nessa sexta-feira um rinoceronte também morreu”, conta um biólogo que não quis se identificar. Segundo o homem, há aproximadamente quatro meses, uma praga infectou os flamingos e mataram todos que viviam no lugar.
A informação foi desmentida pela Fundação Zoo-Botânica. Segundo a entidade, nenhum rinoceronte morreu no local. Em relação aos Flamingos, informou que os animais foram mortos há três anos, pois estavam infectados por uma bactéria. Para não contaminar outras aves, foi realizada a eutanásia.
História de Idi
O gorila Idi Amin chegou ao zoológico em 1975, vindo de uma instituição francesa, ainda criança, com 2 anos. Com quase 2,60 metros de altura, mais de 200 quilos e um pelo escuro, com toques prateados no dorso, esse solteirão, infelizmente, não tinha muitos romances nem aventuras sexuais para mostrar aos visitantes. Idi foi transferido para a capital na companhia da fêmea Dada, da mesma idade dele. Os dois viveram juntos até março de 1978, quando ela morreu por complicações de uma infecção no ouvido.
Em fevereiro de 1984, o gorila ganhou uma nova namorada, Cleópatra, que morava no zoológico de São Paulo (SP). Mas, o romance durou pouco. Cleópatra, que estava debilitada, morreu 14 dias depois, com um grave quadro clínico de desidratação e diarreia. Desde que ficou viúvo pela segunda vez, o gorila viveu sozinho.
Imbi e Kifta vieram para acabar com a solidão do macho. Porém, o gorila, com idade estimada de 39 anos, morreu após ser anestesiado durante uma cirurgia em 7 de março de 2012, segundo informações do laudo da necropsia do animal, divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, no site da Prefeitura de BH. A morte do animal foi provocada por insuficiência renal crônica, associada a poliartrite crônica ativa-bacteriana.
Segundo laudo, após 60 minutos de aplicada a anestesia, o gorila sofreu a primeira parada respiratória, que foi revertida com a introdução de cloridrato de doxapram. Cinco minutos depois, o animal apresentou nova parada respiratória. Os médicos veterinários tentaram realizar o procedimento de ressuscitação, sem sucesso.