Jornal Estado de Minas

Obras na Pampulha tentarĂ£o garantir tombamento pela Unesco

Junia Oliveira
Foi dada a largada para o reconhecimento do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
Ontem, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, se reuniu com o prefeito Marcio Lacerda, para apoiar oficialmente a candidatura e acertar detalhes da recuperação do complexo, o primeiro passo para que a região ganhe o título internacional, e anunciar investimentos de R$ 32 milhões do governo federalNo total, serão aplicados R$ 322 milhões na restauraçãoA ministra não sinalizou data certa, mas garantiu início das obras ainda este ano

Ela informou que a expectativa é de que o resultado da candidatura a Patrimônio Mundial seja anunciado até 2016O título é pleiteado pela capital desde 1996“Tudo está caminhando para que a Pampulha consigaA decisão por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é de investimento e recuperação, para que isso ocorra brevementeEstamos num momento em que nada é mais importante que essa qualificação, símbolo para nós, brasileiros”, disse Marta“Temos desafios e tentaremos cumprir todos os requisitos o mais rápido possível, pois temos prédios e a lagoa a recuperarÉ um momento de homenagens a Oscar Niemeyer”, acrescentou.

Do investimento total, R$ 32 milhões virão do Iphan, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas
Já R$ 150 milhões sairão da prefeitura – de financiamento do Banco do Brasil, em fase final de conclusãoO montante será aplicado no desassoreamento da barragem, no tratamento bioquímico das águas, na revitalização do entorno das margens e no ajardinamentoOs R$ 140 milhões restantes são recursos da Copasa, obtidos com o PAC Saneamento, para obras de captação de esgotos que convergem para os córregos e para a lagoa

Segundo Marcio Lacerda, a partir da semana que vem haverá reuniões para a definição do grupo responsável por atuar na questão das habitações no entorno da lagoa, que continuam lançando esgoto na rede pluvial e nos córregosEle disse que, além da União, os empresários serão parceiros importantes para a recuperação de prédios tombados

Um deles será o Iate Tênis Clube, descaracterizado em relação ao projeto inicial do gênio da arquiteturaA PBH negocia a recuperaçãoPelo PAC, foi pedida ainda restauração da Casa do Baile, do Museu de Arte da Pampulha e da Igreja de São Francisco, que tem uma infiltração, segundo o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas de OliveiraCom recursos da PBH, será aberta a Casa de JK, espaço para exposições

Oliveira destacou a importância de a capital entrar para o rol das cidades que têm Patrimônio da Humanidade
“Isso significa que BH constará nos livros de história da arte e na lista da Unesco e será reconhecida internacionalmente também pela sua cultura”, ressaltou

Formação artística

BH ganhou ontem mais um centro unificado (CEU) das artes e do esporteProjeto lançado pelo Ministério da Cultura em 2010, a ideia é que esses espaços sirvam para a formação de artistas, com bibliotecas de arte, telecentros e cursosO mais novo deles, no Centro de BH, ficará num prédio histórico ao lado do Museu de Artes e Ofícios, controlado pelo IphanSegundo Marta Suplicy, o complexo vai oferecer formação artística a 2 mil jovens

O prefeito destacou que a novidade se soma a investimentos já em curso, como o centro de referência da juventude no espaço Miguilim, entre a Praça da Estação e o Viaduto da FlorestaA obra, em parceria com o estado e orçada em R$ 14 milhões, vai começar nos próximos diasO Teatro Francisco Nunes também será recuperado, com R$ 12 milhões da iniciativa privadaOutro local esperado é o espaço multiuso, no Parque Municipal, no antigo Colégio ImacoO Viaduto Santa Tereza será restaurado com investimentos de R$ 4 milhões do estado