Homens vestidos de branco parecendo astronautas estão espalhados pelas ruas de Belo Horizonte. O batalhão faz dedetizações em regiões com alto índice de casos confirmados e suspeitos de dengue. A Região Centro-Sul não lidera o ranking de incidência, mas todos os dias agentes da Secretaria Municipal de Saúde entram em casas, prédios, lojas e escolas para fazer a pulverização e tentar matar o mosquito que está transmitindo a doença. Ontem pela manhã as aulas no Colégio Santa Dorotéia, no Sion, começaram somente às 10h, com três horas de atraso, devido à ação. Na quarta-feira, os agentes estavam no Bairro Santo Antônio e hoje chegam ao Anchieta.
Segundo a diretora administrativa do colégio, Zuleica Reis Ávila, a escola tem 3,5 mil alunos, 320 funcionários e uma área verde muito extensa que fica bem no meio do Sion, entre as ruas Califórnia, Chicago, Assunção e Venezuela. Por isso, precisou receber os agentes contra a dengue. “Para as famílias, sabemos que não abrir o colégio no horário normal é um transtorno, mas ao mesmo tempo não poderíamos omitir o que a comunidade está pedindo, que é controlar a dengue.” Antes disso, diante dos casos crescentes no entorno e dois confirmados dentro da escola – um aluno e um professor –, a direção decidiu colocar repelentes na tomada de cada uma das salas. “É uma prevenção contra o pernilongo”, afirmou.
Casos
Os casos de dengue aumentaram 78% na capital de acordo com boletim divulgado anteontem pela Secretaria Municipal de Saúde. A Pampulha ainda é a região com maior número de casos confirmados: 291 até quarta-feira. A Norte estava em segundo lugar, com 264 pessoas infectadas e o maior número de pendentes, que aguardam exames para confirmação da doença. Na Centro-Sul, são 140 casos confirmados e 162 pendentes, mas, segundo a prefeitura, bairros como Santo Antônio, São Pedro e Sion apresentam situação mais complicada.
Segundo o secretário adjunto municipal de Saúde, Fabiano Pimenta, o UBV (ultrabaixo volume), inseticida que está sendo usado em toda a cidade, substituiu a antiga caminhonete do fumacê e tem o objetivo de eliminar o mosquito vivo, infectado e que está transmitindo o vírus da dengue. “O mais eficiente é combater a larva, o UBV é uma medida complementar”, afirmou. O inseticida, explicou, forma uma névoa e quando o mosquito adulto voa encontra o produto e morre. Com a aplicação pelos agentes de endemia, segundo Fabiano, é possível direcionar o inseticida para todas as possibilidades de criadouro em uma área, ao contrário do carro fumacê.
Outros bairros da Centro-Sul ainda receberão o inseticida. Hoje, será o Anchieta no trecho da Rua Vitório Marçola, e segunda-feira a Rua Pium-í. “Pedimos que pessoas alérgicas, crianças e gestantes não estejam em casa na hora que o produto for jogado”, explicou Pimenta.