Conhecido por denunciar crimes envolvendo policiais no Vale do Aço, o jornalista Rodrigo Neto, de 38 anos, foi assassinado na noite de quinta-feira quando entrava em seu carro, logo depois de sair de um churrasquinho que frequentava regularmente no Bairro Canaã, em Ipatinga, no Vale do Aço
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo (PT), contou que o repórter já havia relatado ameaças que tinha sofrido por causa das suas reportagensO jornalista, segundo Durval, estava escrevendo um livro sobre “os crimes perfeitos”, cometidos por policiaisRodrigo fez matérias investigativas sobre a Chacina de Belo Oriente, quando quatro pessoas da mesma família foram assassinadas, a suspeita é de que tenha sido a mando de policiaisO jornalista denunciou também o “grupo de extermínio da moto verde”Durval Ângelo contou que a hipótese é que esse grupo, que seria comandado por dois militares, seja responsável por vários assassinatos no Vale do Aço
Repórter do Diário Popular, onde Rodrigo trabalhou, o jornalista André Almeida afirmou que, recentemente, um advogado foi condenado por exploração sexual de menores, depois de várias denúncias de Rodrigo“Ele também voltou a falar sobre a máfia dos guinchos da região”, acrescentou André, que lamentou a morte do companheiro: “Ele era um grande repórter policial, um dos mais conhecidos da região”Era um repórter ousado, não se acovardavaTinha um futuro brilhante como repórter investigativo”, reforçou Jota Pinheiro, locutor e produtor da Rádio Vanguarda, onde Rodrigo tinha um programa
Desde sexta-feira, Rodrigo estava também no jornal Vale do AçoFormado em direito, ele lutava para conseguir passar no concurso de delegado da Polícia CivilRodrigo Neto deixa mulher e um filho de 7 anosEle será enterrado hoje às 10h.