A Polícia Civil deve divulgar nesta segunda-feira o retrato falado do homem que matou um engenheiro químico em um ônibus que seguia de Paços de Caldas, no Sul de Minas, para Belo Horizonte. João Gabriel Camargos, de 25 anos, teve a vida brutalmente interrompida ao ser baleado no pescoço durante um assalto a um coletivo da Viação Gardênia, na madrugada de sábado. O engenheiro viajava ao lado da namorada, Athena Chaves, de 24 anos, para comemorar o aniversário da jovem com família, em BH.
Segundo testemunhas, o assassino é negro, alto, tem cerca de 1,90m de altura e vestia uma calça jeans azul escuro. O assaltante tem comportamento frio e calculista. As investigações estão sob a responsabilidade da Delegacia Regional de Lavras, no Sul de Minas.
Familiares do engenheiro e centenas de jovens se despediram de João Gabriel na tarde deste domingo, no Parque da Colina, Bairro Nova Gameleira, Região Oeste da capital.
O crime
O casal embarcou às 23h de sexta-feira em Poços de Caldas com chegada prevista para as 6h na capital, mas, por volta das 2h, logo depois de uma parada no posto Graal, às margens da BR-381, na altura de Perdões, a 197 quilômetros de BH, um homem armado com um revólver anunciou um assalto. Segundo testemunhas, ele também havia embarcado em Poços de Caldas.
De acordo com o sargento Paulo Henrique Leite, do 1º Batalhão da Polícia Militar, o bandido gritou para o motorista e passageiros que era de uma facção criminosa de São Paulo e que dois comparsas, que não iriam se identificar, estavam dentro do coletivo armados. E disse que eles iriam vigiar os 40 passageiros enquanto roubava os pertences das vítimas.
O homem recolheu carteiras e celulares e guardou o material em duas mochilas. Ao chegar perto das poltronas onde o casal estava, tropeçou no pé de João Gabriel. Ele gritou com a vítima e pediu seus pertences. Ao puxar a carteira para entregar ao bandido, o jovem foi baleado.
A ação durou pouco menos de 20 minutos e em seguida o bandido desceu na altura da cidade de Oliveira. Antes, fez uma ligação e informou onde estava.
Na saída, ameaçou o motorista dizendo que seus comparsas continuariam no ônibus e desceriam somente em Contagem, na Região Metropolitana de BH. Segundo o sargento, o homem disse ao condutor que ele seria fuzilado caso parasse o ônibus.
Na capital, o motorista percebeu que a presença dos comparsas era um blefe e parou na porta do Hospital Socor, na Avenida Tereza Cristina, no Bairro Barro Preto. Mas para João Gabriel era tarde de mais. Ele agonizou até a morte no colo da namorada.
O rapaz e a namorada se formaram em engenharia química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e trabalhavam numa multinacional em Poços de Caldas, a 460 quilômetros de Belo Horizonte. O casal namorava há cinco anos.