O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou três policiais acusados de formação de quadrilha e fraude de documentos de veículos na Delegacia de Trânsito de Itaúna, Região Centro-Oeste de Minas Gerais. De acordo com a investigação, que durou cerca de um ano e contou com a participação da Corregedoria-Geral de Polícia Civil, um delegado de polícia e um detetive aproveitaram-se da permissão de acesso ao sistema do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG) para beneficiar uma quadrilha que regularizava veículos com problemas na documentação.
A denúncia, feita nessa segunda-feira, aponta que o primeiro era detentor da senha de acesso ao sistema e repassou o número ao segundo para que o detetive pudesse executar os atos ilegais. O terceiro acusado é um investigador de polícia que teria revelado informações sigilosas de uma operação da polícia de mandado de busca e apreensão, o que prejudicou a Polícia Militar em uma ação envolvendo tráfico de drogas.
Segundo o MPE, desde que a dupla começou a atuar em Itaúna, o número de documentos emitidos aumentou drasticamente, o que chamou a atenção das autoridades. Além disso, há suspeitas de que o patrimônio dos denunciados tenha crescido rapidamente e de que eles ostentem patrimônio incompatível com os ganhos e com a função pública que exercem. Os nomes dos acusados não foram divulgados.
Os dois primeiros envolvidos foram denunciados por falsidade e inserção de dados falsos no sistema eletrônico, além de prevaricação. Caso a Justiça aceite a denúncia e condene os acusados, as penas podem chegar a até 16 anos de prisão, além de estarem sujeitos à perda dos cargos.