O temor dos consórcios que operam o transporte coletivo em Belo Horizonte quanto à demora para término das obras do BRT não altera o planejamento da BHTrans para o sistemaMesmo com o adiamento da compra do primeiro “pacotão” de coletivos para a principal aposta de mobilidade da capital para a Copa do Mundo’2014, a empresa que gerencia o trânsito na capital aposta no início de operação do modelo para o primeiro semestre do ano que vem e planeja um prazo curto, de no máximo seis meses, para que toda a frota de aproximadamente 400 coletivos seja produzida e entregue às empresasFabricantes de ônibus, por outro lado, alertam: a produção completa de um veículo nos moldes do novo sistema pode demorar até oito meses, dependendo da demanda do mercado.
Depois de o Estado de Minas ter revelado ontem que empresários decidiram suspender a primeira encomenda de 106 ônibus articulados e 160 do tipo padron para o BRT, com temor de que a frota fique parada nas garagens – diante dos atrasos nas obras dos corredores das avenidas Pedro I/Antônio Carlos, Cristiano Machado e Região Central – o presidente da BHTrans, Ramon Victor César, disse ontem em audiência pública na Câmara Municipal que o cronograma está mantidoSegundo ele, a compra dos veículos será feita em junho, em um processo financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)“Os empresários já entraram com a documentaçãoCom os pedidos formalizados na metade do ano, os primeiros coletivos deverão ser entregues em dezembro ou janeiro do ano que vem”, acredita.
Para que a nova frota do BRT comece a circular efetivamente, entretanto, serão necessários mais um ou dois mesesÉ o tempo destinado à fase de testes, que vai avaliar todas as especificações dos ônibus e das estações de transferência que têm sido construídas ao longo dos corredoresA distribuição das linhas do BRT ficará a cargo dos consórcios“A indústria já está preparada para fornecer esses ônibus em um prazo de seis mesesAté o fim do ano as obras do BRT estarão prontas”, reforçou Ramon Victor César – embora o próprio secretário municipal de Obras, José Lauro Nogueira Terror, tenha evitado se comprometer com a data, ontem, na Câmara.
A disponibilidade de pelo menos dois componentes indispensáveis à produção dos ônibus é outro fator preocupanteA articulação da carroceria e o câmbio automático, uma das especificações dos articulados de BH, são importados
A fabricação de ônibus depende ainda da fase de encarroçamento, quando os coletivos recebem a carroceria completaDiretor de operações comerciais da gaúcha Marcopolo, líder nesse mercado, Paulo Corso afirma que, depois do chassi, podem ser necessários até quatro meses para que os coletivos sejam finalizados“Somente a carroceria leva em média de 30 e 60 dias para ser produzidaPara que um BRT seja entregue no prazo, depende da demanda do mercadoSe as vendas estiverem aquecidas, pode demorar de 90 a 120 dias”, avisa.