A polícia de Divinópolis, na Região Central do estado, encontrou uma bolsa com documentos de vítimas do assalto a um ônibus no último sábado em Perdões, que terminou com a morte do engenheiro químico João Gabriel Camargos, de 25 anos, baleado pelo criminoso.
De acordo com o delegado Carlos Camargo, que coordena as investigações, os policiais encontraram o objeto na quinta-feira preso na comporta da represa da Cemig que fica na cidade. O criminosos pode ter jogado a bolsa na água depois do crime. São carteiras de identidade, motorista, cartões de crédito e outros documentos de pelo menos 10 passageiros. Eles foram levados para Lavras nesta sexta-feira e serão devolvidos às vítimas. Para isso, elas devem comparecer à Delegacia Regional da Polícia Civil da cidade, que fica na BR-265, no Bairro Aeroporto.
Para o delegado, ainda não é possível afirmar que o local onde a bolsa foi encontrado pode servir como pista para localizar o suspeito do crime, identificado como Paulo Monteiro da Silva, de 33 anos. “Ele pode ter feito isso para desviar a atenção e ter ido para outro lado. Pode e não pode (ser uma pista)”, explica. A Justiça de Lavras decretou a prisão do suspeito na quarta-feira. Ele teria cometido outro assalto a ônibus em 8 de março entre Pouso Alegre e São Gonçalo do Sapucaí. No ano passado, ele ficou preso durante sete meses em Barbacena, pelo mesmo crime, mas foi libertado em dezembro.
Familiares e amigos do engenheiro se mobilizaram pelas redes sociais para protestar contra a morte do jovem. A manifestação está marcada às 10h de sábado na Praça Rio Branco, Centro de Belo Horizonte. “Nosso objetivo com isso vai muito além de um pedido por justiça, mas também para evitar que outros pais, amigos, irmão, parentes passem pelo o que estamos passando”, comentou um amigo da vítima.
Segundo relatos das testemunhas, por volta de 2h de sábado, pouco depois da parada em um restaurante em Perdões, um dos passageiros anunciou um assalto e começou a recolher os pertences de todos no ônibus.
Ao passar pelo engenheiro, o suspeito tropeçou nas pernas da vítima e atirou contra ela. Foram três disparos, mas apenas um atingiu João Gabriel, na cabeça.
O engenheiro morreu no colo da namorada e o bandido desceu do ônibus ameaçando o motorista. Ele exigiu que o condutor seguisse viagem até a capital sem acionar a polícia, dizendo que um comparsa estava no ônibus.