Jornal Estado de Minas

Exames comprovam que corpo carbonizado é de administrador desaparecido em Bom Despacho

Para a polícia, o principal suspeito do crime é um adolescente que já está detido. A motivação do assassinato seria o envolvimento com drogas. Um terceiro homem é procurado

João Henrique do Vale
Administrador de empresas estava desaparecido há quase um mês - Foto: Reprodução/ Facebook

Exames realizados no Instituto Médico Legal (IML) no setor de antropologia e odontolegal de Bom Despacho, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, comprovaram que o corpo carbonizado encontrado em um carro na cidade é do administrador de empresas Flávio Assis Luciano, de 35 anos, que estava desaparecido há quase um mêsUm adolescente suspeito do crime segue apreendido, mas nega o assassinato

O delegado Ivan José Lopes, responsável pelas investigações, já solicitou a liberação dos restos mortais a família“ Já dei por reconhecido (a morte do administrador) e solicitei que a ossada fosse entregue a família para um sepultamento dignoA liberação deve acontecer hoje ou amanhãDepende apenas dos familiares agora”, explica o delegado.

Flávio saiu de casa no dia 19 de fevereiro, no início da noitePor volta das 22h do mesmo dia, foi visto com amigos na Praça do Rotariano, no Bairro São VicenteEle saiu do local em seu carro, um Gol prata, placa HLG-6827, que foi encontrado carbonizado por um fazendeiro no Bairro Arraial do LobosForam encontradas cápsulas deflagradas dentro do carro, o que indica que a vítima foi morta antes de ser queimada.

As investigações apontam que, provavelmente, o crime foi cometido por causa de drogasSegundo a polícia, a vítima usava drogas e poderia ter uma dívida com traficantes“Ele devia droga
Comprou e não pagou Esse seria o motivo”, diz LopesNo fim de janeiro, foram feitas buscas na casa de dois suspeitos do crimeUm suposto namorado do administrador e um adolescente de 17 anosO menor segue preso pois foram encontradas drogas na residência deleJá o outro homem foi liberado por falta de provas

O adolescente nega o crime, porém a polícia já tem provas que o incriminam“Temos informações que a vítima estava nos últimos dias fazendo uso de crack e na casa do menor foi encontrada a drogaUma testemunha afirma tê-lo visto no banco de trás do carro da vítima na data do desaparecimento”, diz o delegado que completa“Quando perguntamos se por acaso ele sabe de alguma coisa e não quer falar por medo, o menor responde que não pois não entregou ninguém
Para nós tem muitos indícios que ele tem envolvimento no caso”

O próximo passo da polícia é descobrir que era a terceira pessoa, além de Flávio e do adolescente, que estaria na cena do crimeCaso fique comprovada a morte do administrador, o responsável será indiciado por homicídio e destruição de cadáver.