Exames realizados no Instituto Médico Legal (IML) no setor de antropologia e odontolegal de Bom Despacho, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, comprovaram que o corpo carbonizado encontrado em um carro na cidade é do administrador de empresas Flávio Assis Luciano, de 35 anos, que estava desaparecido há quase um mês. Um adolescente suspeito do crime segue apreendido, mas nega o assassinato.
O delegado Ivan José Lopes, responsável pelas investigações, já solicitou a liberação dos restos mortais a família. “ Já dei por reconhecido (a morte do administrador) e solicitei que a ossada fosse entregue a família para um sepultamento digno. A liberação deve acontecer hoje ou amanhã. Depende apenas dos familiares agora”, explica o delegado.
Flávio saiu de casa no dia 19 de fevereiro, no início da noite. Por volta das 22h do mesmo dia, foi visto com amigos na Praça do Rotariano, no Bairro São Vicente. Ele saiu do local em seu carro, um Gol prata, placa HLG-6827, que foi encontrado carbonizado por um fazendeiro no Bairro Arraial do Lobos. Foram encontradas cápsulas deflagradas dentro do carro, o que indica que a vítima foi morta antes de ser queimada.
As investigações apontam que, provavelmente, o crime foi cometido por causa de drogas. Segundo a polícia, a vítima usava drogas e poderia ter uma dívida com traficantes. “Ele devia droga. Comprou e não pagou. Esse seria o motivo”, diz Lopes. No fim de janeiro, foram feitas buscas na casa de dois suspeitos do crime. Um suposto namorado do administrador e um adolescente de 17 anos. O menor segue preso pois foram encontradas drogas na residência dele. Já o outro homem foi liberado por falta de provas.
O adolescente nega o crime, porém a polícia já tem provas que o incriminam. “Temos informações que a vítima estava nos últimos dias fazendo uso de crack e na casa do menor foi encontrada a droga. Uma testemunha afirma tê-lo visto no banco de trás do carro da vítima na data do desaparecimento”, diz o delegado que completa. “Quando perguntamos se por acaso ele sabe de alguma coisa e não quer falar por medo, o menor responde que não pois não entregou ninguém. Para nós tem muitos indícios que ele tem envolvimento no caso”.
O próximo passo da polícia é descobrir que era a terceira pessoa, além de Flávio e do adolescente, que estaria na cena do crime. Caso fique comprovada a morte do administrador, o responsável será indiciado por homicídio e destruição de cadáver.