A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apura se houve excessos por parte de estudantes em um trote promovido dentro Faculdade de Direito na última semanaImagens do evento foram divulgadas nesta segunda-feira e já causaram polêmica nas redes sociaisInternautas ficaram revoltados com algumas fotos que mostram atos racistas durante a ação Uma reunião extraordinária foi convocada para esta terça-feira pelo Centro Acadêmico Afonso Pena
Em nota, reitoria repudia ato contra calouros
Em uma das fotos, uma jovem aparece acorrentada e pintada com tinta pretaEm seu pescoço foi pendurada uma placa com o nome de "Chica da Silva", fazendo alusão a escrava que viveu em Diamantina, na Região Central de Minas Gerais, e que ganhou a alforria depois de se envolver amorosamente com um contador famoso no século 18Uma segunda fotografia, mostra um calouro amarrado a uma pilastra e outros estudantes fazendo saudações nazistasEntre os veteranos, um jovem ainda utiliza bigode semelhante ao do ditador Adolf Hitler (1889 -1945)
Logo que surgiram as imagens nas redes sociais, os estudantes foram duramente criticados pelos internautas"Estes aí serão nossos futuros juízes, magistrados, advogados e políticos do país?", argumentou Heric Maicon"Todo trote ofensivo ou humilhante deve ser proibido
A vice-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Rocksane de Carvalho Norton, repudiou o trote dos alunos da Faculdade de Direito“O trote na UFMG é proibido e a realização é passível de punição conforme regimento da universidadeHoje fomos surpreendidos por este fato, que surgiu nas redes sociaisA diretoria já vai iniciar os processos de apuração dos fatos e a estipular a punição para os envolvidos”, disse.
Todos os anos, a UFMG realiza eventos para receber os alunos novatos durante uma semana“Realizamos um evento em parceria com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) com shows e palestras explicando a universidadeEntão, nada explica os trotesEles são proibidos e os alunos sabem disso”, explica a vice-reitora
Por meio do Facebook, o Diretor de Relações Públicas do CAAP, Daniel Antônio da Cunha , informou que os trotes não são organizados e nem financiados pelo Centro Acadêmico, “sendo de inteira responsabilidade dos veteranos”Mesmo assim, os fatos serão apurados pela entidade dos estudantes, que convocou uma reunião para apurar os fatos.
Tolerância zero
Os trotes já são problemas recorrentes na UFMGEm março do ano passado, a direção da Universidade já havia informado que iriam punir os veteranos que insistiam em fazer as brincadeirasA política de tolerância zero surgiu depois que estudantes de turismo relataram que duas calouras foram amarradas a um posteOs veteranos se vestiram de policiais militares e colocaram camisinhas na ponta de cassetetes, obrigando os novos universitários a chupar o objeto