Dois homens, integrantes de uma quadrilha responsável por uma série de roubos a residências na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, foram presos pela polícia. A dupla utilizava meios cruéis nos assaltos e, na maioria das vezes, escolhia imóveis de alto padrão. Nas ocorrências, os reféns eram amarrados e sofriam violência física e psicológica. Os acusados foram apresentados na tarde desta segunda-feira na Delegacia Noroeste.
Os dois assaltantes, Fernando Ferreira Coutinho, o Cazuza e Marcelo Ferreira de Almeida, o Gregório, começaram a ser investigado há seis meses, quando aumentou o número de assaltos a residências na Pampulha. Segundo a Polícia Civil, a dupla, juntamente com outros membros da quadrilha, foram responsáveis por pelo menos cinco roubos somente neste ano. Na maioria, com reféns. “A quadrilha tinha por características amordaçar as vítimas e agir com requintes de crueldade. Sempre com uso de armas de fogo, grave violência e terrorismo pesado. Eles também faziam violência psicológica”, explica o delegado Frederico José Grossi.
Gregório acabou preso quando tentava roubar uma residência no Bairro Ouro Preto em 5 de março deste ano. Mesmo com o comparsa preso, Cazuza continuou os crimes. Em 7 de março, ele assaltou uma casa no Bairro Bandeirantes, onde fez uma família refém por mais de duas horas. Os criminosos fugiram com dinheiro, joias, perfumes e aparelhos eletrônicos. No dia seguinte, Fernando ainda assaltou uma joalheria no Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Durante as investigações, a polícia conseguiu identificar o paradeiro de Cazuza. Com um mandado de prisão temporária, os investigadores conseguiram prendê-lo na última segunda-feira. Hoje, os policiais foram até a casa dele, no Bairro Alto Vera Cruz, e apreenderam 140 produtos roubados, entre tênis, mochila, roupa, joias, celulares, perfumes, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos e bebidas.
Na apresentação, ele negou o envolvimento com os crimes. “Esse material só tem porcaria. Tem joia ai não”, disse. Porém, segundo a polícia, ele foi reconhecido por diversas vítimas de assaltos.
De acordo com Grossi, a quadrilha monitorava os moradores antes dos roubos. “Eles sempre chegavam e estudavam a rotina da família para ver a melhor forma de agir. Umas das vítimas chegou a dizer que percebeu homens monitorando a esquina da casa, mas não percebeu que se tratava de assalto”, explicou.
As investigações continuam para buscar outros integrantes do grupo, como coautores e receptadores. A polícia afirma que já identificou os outros criminosos e que alguns dele moram no Bairro Alto Vera Cruz.