Cerca de 300 denúncias contra boates e casas noturnas de Belo Horizonte que chegaram ao Disque-denúncia (181) ainda não foram verificadas pelo Corpo de Bombeiros e pela prefeitura, de acordo com a corporação. Em fevereiro, 142 vistorias foram feitas na capital e 53 estabelecimentos acabaram notificados. Como o Estado de Minas mostrou ontem, seis boates continuam funcionando, embora não tenham o documento válido, como exige o Código de Posturas.
Na época da tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), o Estado de Minas enviou uma lista de 30 boates escolhidas aleatoriamente, questionando quais delas estariam regulares, mas a secretaria se recusou a prestar a informação. Com base na Lei da Transparência, o EM encaminhou o pedido à Ouvidoria da prefeitura, que respondeu no último dia 14. Segundo o relatório, a casa noturna NaSala, que funciona no Shopping Ponteio, está sem alvará porque o CNPJ da empresa foi suspenso pela Receita Federal. Já os estabelecimentos Café de la Musique e Flor e Cultura funcionam por força de liminar. As boates Deputamadre, Cheio de Graça e Clube Fantasy foram notificadas e a Galopeira está com requerimento de alvará em andamento. A Boate Granfinos, apesar de constar como regular, ainda não tem o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), documento listado pela própria secretaria como essencial para a emissão do alvará.
Das sete casas sem alvará, três também foram notificadas pelos bombeiros por situações como extintor de incêndio vencido ou iluminação de emergência sem funcionamento adequado: Cheio de Graça, Deputamadre e NaSala, por irregularidades em relação à segurança e projetos antipânico. A Granfinos também recebeu notificação e todas elas têm 60 dias para a readequação. No caso do Café de la Musique, a casa já atendeu as exigências e finalizou o processo de regularização, mas ainda não solicitou a visita dos bombeiros para vistoria de liberação. A Galopeira está regularizada.
Prefeitura
Nessa segunda-feira à noite a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos informou que no mês passado houve intensificação das ações fiscais, com vistorias em 93 estabelecimentos com apoio do Corpo de Bombeiros. A fiscalização constatou que apenas 21 estabelecimentos não apresentavam irregularidades. Foram interditadas de imediato 13 casas, onde havia situação de risco, e os proprietários multados em R$ 3.577,37. Uma delas foi parcialmente fechada, e multada no mesmo valor, e quatro foram desinterditadas depois de regularizarem a situação.