Representantes do Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP) se reuniram na tarde desta terça-feira com alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para discutir o episódio de trote com conotações racistas e uma referência ao nazismo ocorrido na semana passada. Ficou decidida a criação de um grupo de trabalho para promover um seminário sobre preconceito e um ato público em repúdio a trotes como esses. Ainda não há data para o seminário e para a manifestação.
Cerca de 300 pessoas lotaram o pátio da faculdade na reunião. Havia alunos e professores da UFMG, além de estudantes de outras universidades que se mobilizaram com a repercussão do trote pelas redes sociais. Os ânimos ficaram exaltados nas discussões durante o encontro, com manifestações a favor e contrárias ao trote.
O caso ganhou repercussão nacional na segunda-feira, com duas fotos divulgadas em um perfil no Facebook que mostram uma estudante com o corpo pintado com tinta preta, acorrentada e puxada por um veterano. Ela ostenta uma placa com os dizeres “caloura Chica da Silva”, em referência à famosa escrava que viveu em Diamantina no século 18, liberta após se envolver com um contratador de diamantes. Em outra foto, um calouro está amarrado a uma pilastra enquanto outros três estudantes fazem uma saudação nazista. Um deles pintou um bigode semelhante ao do ditador alemão Adolf Hitler.