O assassinato do jornalista Rodrigo Neto de Faria, de 38 anos, que aconteceu em Ipatinga, no Vale do Aço, é "umas das grandes prioridades investigativas" da Polícia Civil de Minas Gerais, conforme informou o chefe da corporação delegado Cylton Brandão. O jornalista era conhecido por denunciar crimes com suspeita de envolvimento de policiais e de pessoas influentes na região, até mesmo os que teriam participação de grupos de extermínio. Ele fez matérias sobre o envolvimento de policiais nos crimes que ficaram conhecidos como Chacina Belo Oriente e o grupo de extermínio "Moto Verde"
Em nota, a polícia disse que as apurações sobre a morte estão concentradas em três focos, mas o delegado responsável pelo caso, Emerson Crispim de Morais, da Divisão de Crimes contra a Vida, não revela detalhes. A polícia disse que não descarta qualquer linha de investigação. Além do delegado da região estão envolvidos na apurações o chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, Wagner Pinto e policiais deslocados de Belo Horizonte para apurar o caso.
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"O Rodrigo morreu por causa do trabalho de jornalista contra os grupos de extermínio. É preciso uma mudança geral na polícia de Ipatinga. Nem todos (policiais) estão envolvidos com o crime, mas alguns protegem os criminosos ou têm medo de apurar as denúncias", disparou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, Durval Ângelo (PT), autor do pedido de realização da audiência.