Jornal Estado de Minas

Assassinato de jornalista em Ipatinga é prioridade investigativa da Policia Civil

O assassinato do jornalista Rodrigo Neto de Faria, de 38 anos, que aconteceu em Ipatinga, no Vale do Aço, é "umas das grandes prioridades investigativas" da Polícia Civil de Minas Gerais, conforme informou o chefe da corporação delegado Cylton Brandão. O jornalista era conhecido por denunciar crimes com suspeita de envolvimento de policiais e de pessoas influentes na região, até mesmo os que teriam participação de grupos de extermínio. Ele fez matérias sobre o envolvimento de policiais nos crimes que ficaram conhecidos como Chacina Belo Oriente e o grupo de extermínio "Moto Verde"

Em nota, a polícia disse que as apurações sobre a morte estão concentradas em três focos, mas o delegado responsável pelo caso, Emerson Crispim de Morais, da Divisão de Crimes contra a Vida, não revela detalhes. A polícia disse que não descarta qualquer linha de investigação. Além do delegado da região estão envolvidos na apurações o chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, Wagner Pinto e policiais deslocados de Belo Horizonte para apurar o caso.



A Polícia Federal e a Procuradoria da República devem participar das investigações do assassinato que ocorreu no último dia 8. Rodrigo foi executado por dois homens em uma motocicleta depois de sair de um churrasquinho que frequentava regularmente no Bairro Canaã. Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos. Formado em direito, Rodrigo lutava para conseguir passar no concurso de delegado da Polícia Civil. Ele deixou mulher e um filho de 7 anos.

Nessa terça-feira, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, participou de audiência pública na cidade com representantes da Polícia Civil, Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) e pediu agilidade na apuração do caso e punição exemplar para os culpados.

"O Rodrigo morreu por causa do trabalho de jornalista contra os grupos de extermínio. É preciso uma mudança geral na polícia de Ipatinga. Nem todos (policiais) estão envolvidos com o crime, mas alguns protegem os criminosos ou têm medo de apurar as denúncias", disparou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, Durval Ângelo (PT), autor do pedido de realização da audiência.

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