Para tentar conter a proliferação do mosquito Aedes Aegypti e frear a epidemia da dengue em Minas Gerais, o governo de Minas irá distribuir, gratuitamente, água sanitária para a população. O produto, misturado à água, atua como larvicida. Em um primeiro momento serão distribuídos cerca de um milhão de litros em 237 cidades mineiras até a 2ª quinzena de abril. Até o momento foram confirmadas 28 mortes em decorrência da doença no estado e há pelo menos mais uma sendo investigada. As autoridades já admitem a epidemia e atribuem o significativo aumento no número de casos ao retorno do tipo vírus tipo 4 no território mineiro.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, a água sanitária será distribuída por agentes de saúde, que orientarão a população sobre a quantidade certa do produto que deve ser adicionada à água para surtir o efeito esperado. Na maioria das situações bastam 2 ml do produto para cada litro de água.
Até o momento, cerca de R$ 40 milhões do Tesouro Estadual foram investidos no combate à dengue neste ano. A maior parte da verba foi aplicada em ações de comunicação e mobilização social. O secretário Antônio Jorge ressaltou ainda o aumento no efetivo de profissionais e agentes de saúde para orientar a população. A ação individual em cada imóvel residencial para evitar o acúmulo de água é a maior garantia para impedir a reprodução do mosquito transmissor da doença.
Números alarmantes
Conforme o último boletim divulgado pelo governo de Minas, o número de notificações da dengue saltou, num intervalo de sete dias, de 93.184 suspeitas para 123.694. Foram confirmados 28 óbitos em decorrência da doença.
Uberaba, no Triângulo mineiro, a cidade que mais tem registrado casos graves da doença. Foram nove mortes registradas no município. Montes Claros, no Norte do estado, vem em seguida, com três óbitos. Uberlândia e Ituiutaba aparecem na sequência, cada uma com dois casos fatais. As outras mortes foram registradas em Carangola, Frei Gaspar, Ipanema, Teófilo Otoni, Pirapetinga, Pirapora, São Geraldo do Baixio, São João da Ponte, Campos Altos, Contagem, e Muriaé.
Duas outras mortes estão sendo investigadas, uma delas na capital. A vítima tinha 58 anos morreu no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, um dia depois de ter sido avaliada e medicada em um posto de saúde no Bairro Sagrada Família. O outro óbito em análise é de outra mulher, de 49 anos, que faleceu no Hospital Municipal Monsenhor Flávio da Mota, em Sete Lagoas, Região Central do estado, na noite de sábado.
Capital em alerta
O último levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde indica que a dengue avança rapidamente em Belo Horizonte. Em apenas uma semana, houve um aumento de 1.758 casos, uma média de 251 confirmações por dia na cidade. Até a última semana a capital tinha 4.215 casos confirmado da doença.