Foram presos na manhã desta terça-feira quatro policiais rodoviários federais, um empresário e um caminhoneiro envolvidos num esquema de pagamento de propina na Região da Zona da Mata de Minas Gerais. Os policiais recebiam dinheiro para liberar veículos irregulares e deixar de autuar motoristas por crimes de trânsito nos postos de Caratinga e Realeza, localizados na BR-116.
As investigações começaram há um ano e meio, depois de uma denúncia da própria PRF aos agentes da Polícia Federal. As duas corporações trabalharam em conjunto nas apurações, que culminaram com a Operação Cerração montada nesta terça-feira para prender os suspeitos. Todos foram detidos em casa, em cumprimento de mandado de prisão, nas cidades de Caratinga, Manhuaçu, Medina, Santa Bárbara do Leste e Piedade de Caratinga.
De acordo com o delegado Cristiano Jomar Costa Campidelli, os policiais usavam o cargo público para obter vantagens. Eles exigiam dinheiro em troca de liberações para veículos irregulares nos postos, mas a polícia não divulgou os valores recebidos pelos agentes. O empresário preso é dono de uma transportadora e pagava aos policiais para que seus caminhões ficassem sempre impunes. Outro preso é um caminhoneiro que, de acordo com o delegado, era arregimentador de cargas, por isso negociava com os agentes nos postos da rodovia.
Os policiais vão responder por corrução passiva e os outros dois presos por corrupção ativa. Segundo Campidelli, as penas para os crimes variam de 2 a 12 anos de prisão. Os policiais podem perder os cargos públicos em caso de condenação ou por meio de uma processo administrativa que foi aberto na corporação para apurar os crimes. A polícia não divulgou o local onde os presos estão acautelados.